Levantamentos informais realizados por repórteres e comentaristas políticos revelam que a maioria dos integrantes da bancada federal paraibana está posicionada favoravelmente à recondução do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao comando da Câmara. Uma estimativa preliminar sinaliza que Maia pode vir a contar com pelo menos dez votos do total de 12 parlamentares. Um dos dissidentes da postulação de Rodrigo, por razões pessoais, é o deputado federal Wilson Santiago Filho, do PTB. Atual vice-líder petebista na Casa, ele cobiça a liderança da bancada, ocupada hoje por Jovair Arantes, que enfrenta Rodrigo Maia.
Jovair é tido como azarão na corrida pela presidência da Câmara, mas, mesmo assim, o deputado Wilson Filho, que é aliado do governador paraibano Ricardo Coutinho (PSB) cogita a intermediação de contatos do governador e do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD) com Jovar, para tentar fortalecer seu cacife. No Senado, são redobradas as chances do tucano paraibano Cássio Cunha Lima de vir a ocupar a primeira vice-presidência, atualmente em poder de Jorge Viana, do PT do Acre. O colunista Leandro Mazzini, que assina “Esplanada”, veiculada em diferentes órgãos de imprensa, admitiu que a dados de hoje Cássio é o nome mais cotado.
Cunha Lima esteve licenciado por 120 dias do exercício do mandato e da liderança do PSDB no Senado, para trato de assuntos particulares e exames médicos. Ao retomar o mandato e a liderança, “mergulhou” nas articulações de bastidores para consolidar um triunfo pessoal na próxima composição do colegiado dirigente do Senado. Já o senador paraibano Raimundo Lira (PMDB) reafirmou seu apoio à candidatura de Eunício Oliveira (CE) a presidente do Senado e disse que o parlamentar exibiu documentos desmentindo insinuações de que estaria envolvido na operação Lava Jato. As expectativas em Brasília são de que a campanha para a Mesa Diretora da Câmara esquente a partir da próxima semana. Além dos cargos na Mesa, exercidos por parlamentares, despertam interesse cargos comissionados da estrutura da Casa.
De acordo com a imprensa sulista, para os sete principais cargos de direção na Câmara estão disponíveis 231 funções de livre nomeação, enquanto para os quatro cargos suplentes existem outras 24. Como as negociações também envolvem as presidências das 25 comissões permanentes, são outras 150 nomeações de confiança. “É por isso que nenhum partido quer ficar de fora da composição”, resumiu o líder do Partido dos Trabalhadores, Carlos Zaratinni, deputado por São Paulo. Entre os articuladores da campanha pela reeleição de Rodrigo Maia à presidência da Câmara está o deputado paraibano Efraim Filho, do DEM, que também quer espaços no colegiado e se diz absolutamente confiante nas chances de vitória do parlamentar pelo Rio de Janeiro.
Nonato Guedes