A semana promete ser decisiva, em Brasília, para a sorte de parlamentares paraibanos, de diferentes legendas, que se articulam para conquistar cargos de projeção nas Mesas do Senado e da Câmara ou funções intermediárias igualmente importantes. O senador Cássio Cunha Lima, que reassumiu o mandato recentemente após um período de licença, intensifica contatos dentro da bancada tucana para dispor de aval no sentido de disputar a vice-presidência do Senado, na quota reservada ao PSDB na composição da nova Mesa. Para a presidência do Senado, o nome mais cotado é o de Eunício Oliveira, do PMDB do Ceará, e não há indícios de reviravolta quanto à sua escolha, pelo menos até o momento.
Fontes políticas de Brasília revelam que o segredo do empenho para a conquista de cargos relevantes é evitar vazamentos de apoios já assegurados, o que poderia despertar a atenção de concorrentes virtuais que aguardam um pretexto qualquer para entrar no páreo. O confronto maior se dá na esfera da Câmara Federal, até por causa da amplitude da representação parlamentar.
Na Câmara, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro já é o líder da bancada do Partido Progressista e passou a ser lembrado nas últimas horas como alternativa para a liderança do governo. Ribeiro foi ministro das Cidades no primeiro governo de Dilma Rousseff, que, inclusive, lhe prestigiou no cargo. Mas votou pelo impeachment da então presidente, alegando obediência a uma decisão partidária, que fechara questão pelo impeachment com a consequente ascensão do então vice-presidente da República, Michel Temer. Os deputados Rômulo Gouveia, do PSD, Wilson Santiago Filho, do PTB e Efraim Filho, do Democratas, movimentam-se para liderar suas bancadas, ascendendo, desta forma, na hierarquia de poder. Rômulo foi anfitrião, esta semana, em João Pessoa, do ministro Gilberto Kassab, que esteve com os prefeitos Luciano Cartaxo, de João Pessoa, e Romero Rodrigues, de Campina Grande, encaminhando assuntos ligados à Ciência e Tecnologia.
Os políticos paraibanos da atual safra que lutam por cargos e espaços no Congresso Nacional, tanto na Câmara como no Senado, miram-se nos exemplos recentes de líderes que ascenderam no plano nacional. Humberto Lucena, por exemplo, presidiu por duas vezes consecutivas o Senado Federal, derrotando no voto os senadores José Fragelli e Nelson Carneiro. Raimundo Lira, na única vez que exercera o mandato de senador na década de 80, foi presidente da Comissão de Assuntos Econômicos da Casa. Ney Suassuna foi líder do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Vital do Rego, como senador, presidiu CPIS e a Comissão Mista do Orçamento, mesma Comissão presidida por José Maranhão. E nesta legislatura Lira já atuou como presidente da Comissão Processante do Impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
Nonato Guedes