O presidente do TRT13, desembargador Eduardo Sérgio de Almeida, que assumiu o cargo na última segunda-feira (9), condenou a perpetuação de lideranças em alguns sindicatos e considerou que deveria haver um mecanismo legal que impedisse essa situação. As declarações foram feitas durante entrevista que ele concedeu ao programa Correio Debate, da TV Correio.
Somente uma reeleição, como acontece no Poder Executivo. Mas, simplesmente, não há e os dirigentes têm interesse em se manter no poder porque sindicato é fonte de dinheiro. Há um repasse do imposto sindical, que todo mundo, teoricamente, é contra mas que se mantém e essas pessoas os dirigentes desonestos ganham bastante dinheiro não só com imposto sindical, mas também em negociatas com o patrão, no caso de sindicatos pelegos. Não são todos os sindicatos que agem assim. Volto a registrar que no Brasil temos sindicatos e dirigentes sérios e comprometidos com a categoria que representa, afirmou.
O desembargador Eduardo Sergio de Almeida considerou como errônea afirmações de que a Justiça do Trabalho defende apenas o trabalhador: A minha experiência pessoal em 30 anos de magistratura e, antes disso, como advogado na Justiça do Trabalho, é que em torno de 70% dos trabalhadores ganham as suas causas. O fato é que o Brasil é um país que tem uma cultura de descumprimento da legislação, ao contrário de outros países, principalmente os mais desenvolvidos, nos se cumpre espontaneamente a legislação. Aqui, muitas vezes, é necessário que o trabalhador recorra ao Judiciário para que tenha os seus direitos assegurados.
Mostrou que está havendo aumento na procura pela Justiça do Trabalho. Em épocas de crise econômica, quando há o agravamento no desemprego, é inevitável um incremento na procura pela Justiça do Trabalho que, de certa maneira, é a justiça do desempregado. O trabalhador que está empregado dificilmente procura a Justiça do Trabalho, porque normalmente a consequência do ajuizamento de uma ação é a sua demissão.