O deputado Gervásio Maia (PSB), que se prepara para assumir a presidência da Assembleia Legislativa da Paraíba, valeu-se de sua página em rede social para externar votos de “pesar e consternação” com a morte, em acidente aéreo, no Estado do Rio, do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, e de outras pessoas que o acompanhavam. O parlamentar fez uma referência especial ao ministro, pelo papel destacado que ele vinha tendo na condição de relator da Operação Lava Jato e por decisões históricas sobre assuntos variados tomadas no âmbito da Corte de Justiça.
– O Brasil perde um ministro que sempre teve uma atuação irretocável na Suprema Corte do País – pontuou o deputado Gervásio Maia. A sua manifestação somou-se a de outras lideranças políticas, tanto na Assembleia como na Câmara Federal. Teori Zavascki morreu quando estava para anunciar a homologação da maior delação premiada da história – envolvendo 70 pessoas. Donos e principais executivos da Odebrecht confessaram a prática de atos de corrupção no país e em outros países e denunciaram políticos e autoridades que receberam propinas para favorecer a empresa. Parlamentares como o senador Cássio Cunha Lima cobram o prosseguimento da Operação Lava Jato, alegando tratar-se de um compromisso da própria Corte Suprema para com a opinião pública brasileira.
Entre as decisões históricas tomadas ultimamente na esfera do Supremo, o ministro Teori Zavascki determinou a prisão do senador Delcídio do Amaral, do PT do Mato Grosso, por acusação de tentativa de obstrução do trabalho de investigação judiciária. Zavascki determinou o arquivamento de um inquérito contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, transferiu para o juiz Sérgio Moro a investigação contra o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que está preso e anulou a gravação de uma conversa telefônica entre Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff. Em paralelo, Teori negou um pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que investigações contra ele confiadas ao juiz Sérgio Moro fossem suspensas e remetidas ao Supremo.
Nonato Guedes