Após forte reação de sua base contra a possibilidade de apoio a um candidato da base de Michel Temer, a bancada do PT anunciou nesta terça-feira (31) adesão à candidatura do oposicionista André Figueiredo (PDT-CE) à presidência da Câmara.
Embora participem da principal legenda de oposição a Temer, petistas chegaram a avaliar apoiar a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) com o objetivo de obter cargos na administração da Casa. Venceu, entretanto, a tese de que o partido de Dilma Rousseff não poderia endossar candidatos que integraram o movimento de destituição da petista.
A eleição que definirá o comando da Câmara para os próximos dois anos ocorrerá na quinta-feira (2). A votação é secreta.
Maia é o favorito e tem o apoio de ao menos dez legendas. Os demais concorrentes são Jovair Arantes (PTB-GO), Rogério Rosso (PSD-DF), Júlio Delgado (PSB-MG) os três da base de Temer e Figueiredo, o único até agora da oposição. Essa lista pode aumentar até as 23h desta quarta (1), prazo final para o registro das candidaturas.
Apesar do favoritismo de Maia, os adversários ingressaram com questionamentos no Supremo Tribunal Federal com base no argumento de que a Constituição e o Regimento Interno da Câmara vedam a reeleição do presidente da Casa em uma mesma legislatura. Maia alega que a regra não se aplica a quem se elegeu para um mandato temporário, como o caso dele, que assumiu em julho após a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Os questionamentos foram protocolados também nesta terça na Mesa da Câmara por deputados correligionários de Jovair. Eles devem ser analisados no dia da eleição por Waldir Maranhão (PP-MA), primeiro vice-presidente da Casa, aliado de Maia.
Após o impeachment de Dilma, o presidente da Câmara é o primeiro na linha sucessória do comando do país. Entre outras atribuições, cabe a ele também definir a pauta de votações do plenário da Casa.
Fonte: Folha de São Paulo