Chefe de gabinete do Tribunal de Justiça do Estado e irmã do senador Cássio Cunha Lima (PSDB), Gal Cunha Lima valeu-se de sua conta pessoal no Facebook para demonstrar revolta com “inverdades” que estariam sendo espalhadas pela administração do socialista Ricardo Coutinho. “Até quando irão perdurar as mentiras de Ricardo e sua ‘corja’?, indaga Gal Cunha Lima, referindo-se ao secretário de Comunicação Social do Estado, Luís Torres, que insinuou estar o senador tucano insuflando oficiais da Polícia Militar a paralisarem suas atividades, na esteira de movimentos paredistas deflagrados em corporações de outros Estados.
De acordo com Gal Cunha Lima, a massificação contra o seu irmão senador estaria ocorrendo em redes sociais, emissoras de rádio e outros veículos de comunicação da Paraíba. Ela deplorou esse comportamento e manifestou a convicção pessoal de que “a verdade prevalecerá” acima das insinuações. Cássio Cunha Lima e Ricardo Coutinho estiveram aliados por um tempo no cenário político local mas em 2014 os dois se enfrentaram pela conquista do Palácio da Redenção. Ricardo obteve sua reeleição. Cássio já administrou o Estado, tendo sido eleito por duas vezes, em 2002 e 2006.
Antes do estouro de movimentos nacionais de paralisação em Polícias Militares, o senador e outros aliados políticos vêm batendo na atual gestão devido à onda de criminalidade, refletida em assaltos a agências bancárias na Capital e em cidades do interior, além da incidência de homicídios. O deputado estadual Bruno Cunha Lima destacou a insensibilidade da administração de Ricardo Coutinho em relação às necessidades da Segurança Pública no Estado, referindo como exemplo que não houve contratação no tempo legal exigido de homens e mulheres que lograram aprovação em concurso público realizado pelo governo para preencher vagas nos quadros policiais. Para o parlamentar, caracteriza-se, com essa atitude, “a prática da desvalorização pelo governo de um segmento importante e essencial para a vida da comunidade”.
Os interlocutores do governador Ricardo Coutinho e o próprio chefe do Executivo têm alertado para a gravidade do incentivo a movimentos de paralisação na Polícia Militar, pelas consequências que isto poderá desencadear. Ao mesmo tempo, ressaltam a impossibilidade do governo de atender a demandas por reajustes salariais em virtude da conjuntura difícil enfrentada em todo o País quanto à disponibilidade de recursos. O senador Cássio Cunha Lima contra-argumenta que a administração da Paraíba está em falta com os que atuam na área da Segurança Pública, “o que agrava a situação de instabilidade já experimentada pela população diante dos atos constantes de bandidagem que têm sido praticados”.
Nonato Guedes