De acordo com informação veiculada pelo colunista Abelardo Jurema, hoje, no “Correio da Paraíba”, o governador Ricardo Coutinho (PSB) descartou a hipótese de fechamento do jornal impresso “A União”, órgão do governo do Estado, que tem sido referência tanto no campo da informação como na divulgação mais completa de eventos da área cultural. Ricardo salientou que o jornal, sob a gestão da jornalista Albiege Fernandes, tornou-se superavitário e chegou a devolver, no final do ano de 2016, cerca de R$ 3 milhões ao tesouro do Estado.
Os rumores sobre o fechamento de “A União” se intensificaram nos últimos dias em meios jornalísticos locais, acrescidos da versão de que seria eliminada a edição impressa, mantendo-se apenas a edição on line. Ricardo Coutinho assegurou, entretanto, que não está nos seus planos a cogitação de fechamento do jornal. Sem se referir diretamente a nomes, mas aludindo a adversários políticos, o chefe do Executivo foi enfático: “Eles tentaram inviabilizar a coisa pública. Nós a ressuscitamos porque respeitamos”. Não é a primeira vez que surge a boataria a respeito nem também é a primeira vez que o governador Ricardo Coutinho se vê na contingência de desmentir as especulações.
Apesar de ser um jornal oficial, desde o nascedouro, no governo Álvaro Machado há mais de um século, o jornal “A União” é reconhecido pelo conteúdo noticioso que oferece e pela ampla abordagem cultural que proporciona, mantendo, ainda agora, o “Correio das Artes”, suplemento literário que tem projeção nacional e que abrigou em suas páginas, ao longo dos anos, colaboradores de expressão na literatura e na poesia do Brasil e do mundo. A imprensa tradicional na Paraíba enfrenta uma séria crise, acompanhando tendência que se verifica em todo o mundo. O jornal “O Norte”, que era remanescente do condomínio dos Diários e Emissoras Associados, reduziu o tamanho das páginas numa primeira etapa e posteriormente foi fechado, deixando dezenas de profissionais desempregados. Na sequência foi fechado o jornal “Diário da Borborema”, também dos “Associados”, com sede em Campina Grande.
Ultimamente, o Jornal da Paraíba, mantido pelo Sistema Paraíba de Comunicação, também extinguiu a edição diária impressa, conservando a edição “on line”, com destaque para colunistas como Silvio Osias e Suetoni Souto Maior, além de Rubens Nóbrega, este um dos mais polêmicos da imprensa paraibana. O jornalista João Manoel de Carvalho, um dos mais experimentados da imprensa paraibana, anunciou o fechamento do semanário “Contraponto”, que nos últimos meses subsistiu graças ao apoio do governo do Estado. Numa explicação aos leitores, a direção do semanário reclamou da falta de incentivo de empresários e autoridades. Enquanto isso, verifica-se uma proliferação de sites, portais e blogs na internet. A superintendente de “A União”, Albiege Fernandes, destaca que na administração Ricardo Coutinho foram realizados investimentos em equipamentos, tornando mais moderno o sistema de impressão na própria Editora no Distrito Industrial de João Pessoa. Albiege frisou que nunca ouviu da parte do governador socialista qualquer referência a projeto para desativar “A União”.
Nonato Guedes