O deputado federal e ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), revelou, ontem, que não tem pretensões de colocar seu nome à disposição do partido e de forças aliadas para ser candidato ao governo do Estado em 2018. Ele recordou que teve uma experiência quando se colocou ao dispor da legenda, percorreu inúmeros municípios do Estado, apresentando propostas e chegou ao percentual de 14% das intenções de voto. “Mas tive que abdicar da minha candidatura em 2014 devido a decisões que não foram tomadas levando-se em conta o coletivo”, expressou, em tom de desabafo.
Veneziano não esconde mágoas acumuladas em virtude de aspirações não concretizadas. “Não tenho razões para confiar nos ‘mui amigos’ que estão aí”, ironizou. O parlamentar insiste no ponto de vista pessoal de que não há justificativa para rompimento de alianças firmadas no segundo turno das eleições de 2014 pelo PMDB com o governador Ricardo Coutinho, do PSB. Naquele ano, o próprio Veneziano se ofereceu para a disputa e parecia ter consolidada a candidatura. Sentiu-se “rifado” e partiu para disputar a deputação federal, no lugar da mãe, Nilda Gondim. O irmão, Vital do Rêgo, então senador, atual ministro do Tribunal de Contas da União, assumiu o desafio de concorrer “por honra da firma”. No segundo turno, o PMDB aliou-se a Ricardo Coutinho, vitorioso contra Cássio Cunha Lima.
Para o deputado federal peemedebista, a cogitação de manutenção da aliança firmada com o PSB em 2014 não exclui, lá na frente, dependendo das circunstâncias, o exame de uma candidatura própria do PMDB ao Palácio da Redenção. Observa, contudo, que isto somente poderá ser discutido numa reunião ampliada que agora foi fixada para o dia 27 depois de muita insistência junto à cúpula presidida pelo senador José Maranhão. Tanto Veneziano como outros expoentes do PMDB reivindicam avaliação das eleições municipais de 2016 e aprofundamento do debate sobre a própria conjuntura nacional e os dedobramentos da conjuntura estadual para 2018.
– O PMDB já chegou a eleger 60 prefeitos no Estado, além de ter hegemonia marcante em colégios eleitorais significativos da Paraíba. Atualmente, a realidade é completamente distinta. O que eu sinto, no contato com outras lideranças políticas, é que a direção se distanciou do pensamento e da vontade das bases municipais e que a vontade destas não foi contemplada em momentos decisivos. Acredito que está na hora de uma tomada de posição em prol da sobrevivência do PMDB – ponderou o deputado.