A reunião dos peemedebistas, ontem, em João Pessoa, evidenciou divisões latentes dentro da agremiação na Paraíba, especialmente no que diz respeito ao pleito de 2018. Em princípio, houve consenso em torno da candidatura própria ao governo, que seria encampada pelo senador José Maranhão, mas o próprio Maranhão não descartou o surgimento de outros nomes como opções à disputa, citando o ex-governador Roberto Paulino, O senador Raimundo Lira deixou claro que apoiará Maranhão se ele for o postulante e que, de sua parte, cogita disputar a releição ao Senado.
Maranhão afirmou que o PMDB não tem uma aliança formal com quem quer que seja – referindo-se aos grupos do governador Ricardo Coutinho (PSB) e do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD). Frisou que a aliança com Cartaxo vai continuar enquanto for possível. “Sou homem de luta e não estou colocando meu nome como imposição. Mas estou à disposição para os desafios”, asseverou Maranhão. O senador Raimundo Lira externou a confiança de que os entendimentos sejam aprofundados internamente e que as divergências sejam equacionadas, uma vez que, segundo ele, a meta deve ser o fortalecimento da agremiação. A hipótese de candidatura própria cria uma zona de desconforto para o vice-pefeito da Capital, Manoel Júnior, que foi um dos responsáveis pela aliança firmada nas eleições passadas e que tinha a perspectiva de assumir a titularidade com a renúncia de Luciano Cartaxo para concorrer ao Palácio da Redenção. Manoel Júnior saiu da reunião sem falar com a imprensa.
Na definição, “em off”, de alguns presentes, a reunião serviu para uma lavagem de roupa suja entre expoentes do PMDB, como Manoel Júnior e o deputado federal Veneziano Vital do Rêgo, que remoeram questões ligadas ainda à disputa de 2016. Veneziano expressou que a intenção de lançamento de candidatura própria não pode ser relacionada à possibilidade de barganhar apoios. Ele citou que as eleições de 2016 não trouxeram benefícios para o PMDB, tendo em vista que acarretaram divisões em diferentes municípios. “Só apoiarei um candidato do PMDB ao governo se sentir que há firmeza do partido no engajamento para a vitória desse candidato”, frisou o ex-prefeito de Campina Grande. Os peemedebistas comprometeram-se a intensificar as conversas internamente até que se chegue a um consenso majoritário.
Nonato Guedes