Numa promoção da Associação Paraibana de Imprensa e Departamento de Jornalismo da UFPB, será lançado no próximo dia 8, às 11h, na Livraria Leitura, no Shopping Manaíra, em João Pessoa, o livro “40 Anos No Ar – A Jornada de um Repórter Pelos Cinco Continentes”, de autoria do jornalista Francisco José, da Rede Globo Nordeste. A confirmação do evento foi feita pela professora Sandra Moura, vice-presidente da Associação Paraibana de Imprensa, lembrando que foram feitas sugestões à API para que viabilizasse o lançamento da obra, pela importante contribuição de Francisco José ao telejornalismo nacional. No Dejor, a professora Fabiana Siqueira mencionou o significado da obra para pesquisa e consulta não só por parte de estudantes do Curso de Comunicação, como de profissionais atuantes na Imprensa e em outros segmentos. O presidente da API, João Pinto, deu todo o apoio à iniciativa.
Francisco José já cobriu guerra, Copas, Olimpíadas e tem mais de duas mil reportagens nos cinco continentes, nos sete mares e nas extremidades norte e sul do planeta, como é explicado no livro, que tem “orelha” do repórter especial da TV Globo Marcelo Canellas. Para Canellas, Francisco José, além de corajoso, é representante de uma estirpe de repórteres que resgata o que há de humano em cada fato, em cada notícia. “O olhar humanista de Chico nos consola e nos redime. É preciso coragem para ser generoso a ponto de enfrentar com respeito e deferência a dor e o drama dos outros”, finaliza. A apresentação é de José Hamilton Ribeiro, repórter do Globo Rural e autor de dezessete livros, e o prefácio é assinado por Sônia Bridi, repórter especial da Globo e autora de livros. Ela assim se expressa:
– Não preciso dizer que Chico é meu herói. É o repórter que os outros repórteres querem ser. Parece personagem dos livros de Júlio Verne. Destemido, desbravador. Mas, principalmente, um repórter. Um cara que sabe ouvir, que sabe apurar e depois contar e fazer com que a gente se sinta um passageiro escondido na viagem dele. Antes de a ecologia virar termo corrente, Chico já apresentava a natureza – aqui no Brasil, na África, nos atóis perdidos do Pacífico – e a necessidade de preservar o meio ambiente. Antes de euentrar na faculdade, vi Chico indo para a Guerra das Malvinas. Chico José nunca fugiu de uma matéria difícil. Mas incrivelmente fugia da missão de escrever este livro. Com tanto para compartilhar, pensava só em acumular novas experiências. Foi vencido, no cansaço, pela insistência dos amigos. Ainda bem. Todos os que amamos a reportagem e o bom jornalismo ganhamos acesso às memórias e ao exemplo do Mestre.
Francisco José fez parte da primeira equipe de TV a escalar o pico da Neblina, ponto mais alto do país. Fez a grande travessia do rio Amazonas, passou 32 dias numa aldeia indígena onde nunca havia entrado uma câmera de TV no meio da selva amazônica. Essa matéria levou o Globo Repórter a ser finalista do Prêmio Emmy, o Oscar da televisão mundial. Também fez sucessivas reportagens sobre as consequências da estiagem na região do semiárido do Nordeste e esteve no palco do teatro da Guerra das Malvinas, em Comodoro Rivadávia, na Argentina, de onde acabou sendo expulso, como outros jornalistas de vários países. Ele também se ofereceu como refém, num sequestro, no lugar de uma senhora que havia sido tomada por assaltantes. Francisco José dedica o seu livro aos repórteres cinematográficos que sempre o acompanharam nas missões empreendidas. Ele também mediou debates entre candidatos a governador, inclusive da Paraíba, quando a TV Cabo Branco ainda não existia como afiliada da TV Globo.
Nonato Guedes