Em meio à intensa expectativa nos meios jurídicos e políticos sobre o desfecho da apreciação pelo TSE, em Brasília, da Aije que pede a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, o experiente advogado paraibano Roosevelt Vita, “expert” em Direito Eleitoral, opinou que o ministro Herman Benjamin deve pedir a cassação da chapa, sepultando, de vez, as tentativas de desmembramento, mas não considera razoável que seja proposta a inelegibilidade do atual presidente Michel Temer, o que ensejaria a convocação de eleições indiretas para a conclusão do mandato originalmente iniciado por Dilma Rousseff.
No entendimento de Roosevelt, os próprios executivos de empreiteiras que fizeram delações à Justiça nos recentes interrogatórios deixaram claro que Michel Temer não participou dos atos de caixa dois praticados na campanha eleitoral de 2014. Vita alertou que ministros que ainda não integram o Tribunal Superior Eleitoral poderão votar no julgamento da chapa Dilma-Temer. O ministro Henrique Neves deixará a Corte no dia 16 e a ministra Luciana Lóssio a cinco de maio. De acordo com Roosevelt, mesmo que antecipam o voto para driblar pedido de ista, existe um precedente no Tribunal Superior Eleitoral, pelo qual o titular, ao assumir, altera o dado previamente, pois o voto pode ser modificado até a proclamação do resultado.
O substituto de Neves já foi nomeado: é o ministro substituto do TSE Admar Gonzaga Neto. Ele vinha atuando desde junho de 2013. O presidente Gilmar Mendes, ao se reportar à nomeação de Admar Gonzaga, salientou que o presidente Michel Temer confirmou o nome que estava situado em primeiro lugar na lista do Supremo Tribunal Federal. Um outro problema tem agitado Brasília nas últimas horas: a radicalização das críticas do ex-presidente do Senado, Renan Calheiros, ao Palácio do Planalto. Rompido definitivamente com o presidente Temer e ministros palacianos, Calheiros, que é líder do PMDB, já avisou que pretende elevar o tom das críticas ao desafeto inquilino do Palácio. Além dos vídeos em redes sociais, o peemedebista concederá entrevistas e transformará a Comissão Mista de Orçamento em palanque para atacar as reformas e a política econômica. O governo age com rapidez para angariar fidelidade a Temer na bancada peemedebista capitaneada por Renan.
Da Redação