O ministro do Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo, mencionado na lista do ministro do Supremo Edson Fachin como suposto favorecido por propinas de empreiteiras, no bojo da Operação Lava Jato, esclareceu através de sua assessoria que não tem nada a temer e que se coloca inteiramente à disposição das autoridades para quaisquer explicações em torno da sua pessoa. Vital, que até recentemente exerceu o mandato de senador pelo PMDB da Paraíba, ressaltou que sua defesa, infelizmente, não teve acesso ao conteúdo do pedido de abertura de inquérito contra os citados no listão de Fachin, divulgado pelo jornal “O Estado de São Paulo”.
– O ministro Vital do Rêgo confia que qualquer dúvida a respeito de sua conduta será minuciosamente dirimida por ocasião de eventuais apurações – traduziu a assessoria. No exercício da atividade parlamentar, que incluiu, também, um mandato de deputado federal, Vital do Rêgo projetou-se como presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso e como expoente na CPMI sobre irregularidades na Petrobras. Irmão do deputado federal Veneziano Vital do Rêgo, ele foi nomeado pela então presidente Dilma Rousseff para a vaga no TCU e prometeu agir com rigor técnico na análise de contas, inclusive, da ex-mandatária.
Em 2014, Vital foi candidato a governador da Paraíba para substituir ao irmão Veneziano, que renunciara à postulação dentro do PMDB invocando falta de apoio das principais lideranças para levar adiante o seu projeto. Como era previsto, o resultado eleitoral foi desfavorável a Vital, tendo saído vitorioso no prélio o então governador Ricardo Coutinho, postulante à reeleição. Em outras oportunidades, ainda no exercício da atividade parlamentar, Vital do Rêgo, cujas raízes políticas foram construídas na cidade de Campina Grande, chegou a ser mencionado como beneficiário de dinheiro ilícito. Ele sempre deixou claro que nada foi apurado e que as denúncias eram vazias de conteúdo.
Os parlamentares paraibanos, de um modo geral – incluindo deputados estaduais – ficaram em estado de expectativa e apreensão com a sinalização de divulgação da lista de Edson Fachin, baseada em subsídios repassados pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot. O senador Cássio Cunha Lima, do PSDB, que foi mencionado, admitiu ter recebido doação da Braskem, do grupo da Odebrecht, nas eleições de 2014 mas assegurou que seu patrimônio é compatível com a renda que dispõe e que quando esteve à frente da prefeitura de Campina Grande não fez nenhuma obra por meio da Odebrecht. Um dia antes da divulgação do listão, Cássio havia admitido a jornalistas paraibanos ser novamente candidato ao governo do Estado em 2018.
Nonato Guedes