Um documento subscrito por oito dos quinze parlamentares federais paraibanos com assento no Congresso Nacional foi protocolado, ontem, pedindo a destituição do deputado Benjamin Maranhão (SD) do posto de coordenador da bancada do nosso Estado, sob a alegação de que ele não vem correspondendo às expectativas. O documento propõe a efetivação do deputado Wilson Santiago Filho (PTB) na coordenação da bancada, função que tem por finalidade encaminhar pleitos e interesse da população paraibana. Wilson já ocupou o posto e é tido como confiável à maioria dos integrantes.
A reação a Benjamin Maranhão foi cristalizada depois que ele prometeu convocar uma reunião da bancada para ontem a fim de discutir temas de interesse comum. O encontro, todavia, não se realizou, o que irritou mais ainda os parlamentares descontentes. A bancada paraibana tem procurado atuar em uníssono como parte de uma estratégia para sensibilizar o governo federal a carrear obras e investimentos para o Estado. Em relação ao coordenador, os membros da bancada querem que seja um parlamentar com habilidade e sensibilidade para acolher as reivindicações dos senadores e deputados. Na definição de Wilson Filho, a coesão da bancada é essencial para fazer frente ao poder de pressão de bancadas de outros Estados mais influentes junto ao Palácio do Planalto.
A interlocução do coordenador de bancada com o Planalto ganhou importância depois que o governador Ricardo Coutinho alinhou-se com a decisão da bancada federal do PSB de votar contra as reformas preconizadas pelo governo Michel Temer e que ocasionaram a convocação de uma greve geral para sexta-feira. As versões procedentes de Brasília indicam que o Planalto receia que o rompimento do PSB provoque reflexos em outras legendas que estão na base. O PSB tem a sétima bancada, com 35 deputados federais e decidiu fechar questão contra as reformas por avaliar que são impopulares. Mas o racha interno continua. Uma parte da bancada segue a orientação do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e do ministro Fernando Bezerra Filho, das Minas e Energia, que atuam alinhados ao Palácio do Planalto.
Nonato Guedes