O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) defendeu o nome do senador peemedebista José Maranhão para ser o coordenador da bancada paraibana no Senado Federal. O gesto foi interpretado como uma reação de Cássio à suposta interferência do governo Ricardo Coutinho na bancada de deputados federais da Paraíba, com a destituição de Benjamin Maranhão (SD) e a escolha de Wilson Filho (PTB). Cunha Lima receia que esteja em curso uma estratégia para retaliar as prefeituras de João Pessoa e Campina Grande, administradas por Luciano Cartaxo e Romero Rodrigues, não-alinhados ao Palácio da Redenção.
Em declarações, ontem, à imprensa paraibana, Cássio foi enfático: “Não vamos permitir que haja ingerência na escolha de coordenador de bancada. É preciso lembrar que a bancada é autônoma e não é um apêndice do Executivo”. O parlamentar tucano acrescentou que não vai tolerar passivamente que as prefeituras de João Pessoa e Campina Grande sejam prejudicadas com a ausência de recursos federais. E lembrou que foram alocadas emendas ao Orçamento Geral da União beneficiando a Capital e a Rainha da Borborema. No que diz respeito à escolha de José Maranhão, Cássio referiu que é um parlamentar experimentado e que terá consenso natural para representar a bancada como um todo. Frisou que a indicação de Maranhão será acolhida por Raimundo Lira, do PMDB, o terceiro senador da bancada paraibana.
Cássio, que é vice-presidente do Senado Federal, voltou a substituir interinamente o presidente Eunício Oliveira, internado na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital de Brasília acometido de um encefalite viral. Cunha Lima disse que o próprio Eunício pediu-lhe para representá-lo em eventos previamente programados. “Mas é uma ausência temporária, como já aconteceu em outra oportunidade”, explicou. O parlamentar voltou a fazer um apelo ao Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba no sentido de que analise rapidamente uma outra ação impetrada por sua coligação contra o governador Ricardo Coutinho, que diz respeito ao uso eleitoral do programa Empreender PB.
Atualmente, o TRE está debruçado na votação de uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo contra a chapa Ricardo Coutinho-Lígia Feliciano, por suposto uso eleitoral da PB-Prev na campanha de 2014 em que Cássio foi derrotado e Ricardo logrou a recondução ao Palácio da Redenção. De acordo com a expectativa de Cássio, “o Tribunal Regional Eleitoral não vai usar dois pesos e duas medidas nem tampouco deixará de fazer a sua obrigação, efetivando o julgamento da ação principal promovida pelo Ministério Público Eleitoral que é a do Empreender-PB”. No caso da PBPrev, Cunha Lima lembrou que o desembargador Romero Marcelo, relator da matéria, reconheceu a prática de abuso. “Estamos no aguardo da manifestação final de todo o colegiado”, expressou.
Nonato Guedes