Em entrevista, ainda há pouco, por telefone, à Rádio POP, de João Pessoa, o presidente em exercício do Senado Cássio Cunha Lima (PSDB) desdenhou das versões que sinalizam uma suposta candidatura do governador Ricardo Coutinho, do PSB, a presidente da República em 2018. “Tenho percorrido vários Estados e, na Paraíba, tenho visitado inúmeros municípios e nunca ouvi qualquer comentário sobre essa candidatura”, acentuou o parlamentar tucano, frisando que não passa de balela a virtual postulação.
Cássio, na qualidade de primeiro vice-presidente do Senado, está assumindo a presidência com a licença requerida por Eunício Oliveira (PMDB-CE) para tratamento de saúde. Ele acredita que na próxima segunda-feira Eunício já esteja em condições de reassumir o posto, conduzindo sessão deliberativa na terça-feira. Ao comentar o julgamento, que se arrasta no Tribunal Regional Eleitoral, do governador Ricardo Coutinho (PSB), Cunha Lima salientou que a sua expectativa é de cassação do mandato em virtude de irregularidades refletidas no uso eleitoreiro de programas conduzidos pela administração estadual.
– Espero, serenamente, que o Tribunal Regional Eleitoral não aja com dois pesos e duas medidas, ao contrário do que fez comigo, em 2009 – expressou Cássio Cunha Lima. Naquele ano, em que ele cumpria o segundo mandato, foi surpreendido com decisão do Judiciário cassando o mandato a pretexto de que teria utilizado o jornal oficial A União e programas sociais do governo para se beneficiar política e eleitoralmente. Em relação a Ricardo Coutinho, Cássio – que já foi aliado do gestor – argumentou que são fortes as acusações contra a atual gestão, pelo uso do Empreender indevidamente, bem como pelo desvio de finalidade de outros projetos. A contundência das denúncias, na sua opinião, está refletida na própria posição do Ministério Público reconhecendo práticas lesivas por parte da atual administração.
O presidente em exercício do Senado reiterou a sua confiança na aprovação, pelo plenário da Casa, da proposta de reforma trabalhista encaminhada pelo governo do presidente Michel Temer. Cássio repudiou o que qualificou de “onda de terrorismo” o noticiário espalhado em redes sociais insinuando que a reforma trabalhista vai retirar direitos sagrados dos trabalhadores. “Não existe nada disso, é justamente o contrário. A reforma trabalhista consolida conquistas e introduz avanços, a exemplo da prerrogativa do trabalhador em decidir como quer gozar as férias a que tem direito”, explicou. O parlamentar negou a possibilidade de alterações, também, na sistemática do FGTS e do décimo-terceiro salário.
– Precisamos desmistificar a boataria da maldade que está disseminada e que acaba prejudicando aos já sacrificados trabalhadores rurais. A reforma vem para facilitar os avanços que os trabalhadores devem ter e, ao mesmo tempo, para criar condições objetivando a abertura de novos postos de trabalho. Quem insinua o contrário está fazendo terrorismo puro e simples – ressaltou Cássio Cunha Lima. Ele não quis entrar em maiores detalhes sobre a controvérsia criada pelo senador Renan Calheiros, que tem articulado ofensiva contra a proposta de reforma trabalhista. “O senador alagoano não tem força suficiente para barrar os avanços que serão implementados”, finalizou Cássio Cunha Lima.
Nonato Guedes