Estão previstas para hoje, no Hotel Ouro Branco, em João Pessoa, as eleições para a escolha do novo presidente estadual do Partido dos Trabalhadores na Paraíba, mas a projeção é de impasse. O próprio deputado Anísio Maia confessou que o processo não deveria ser tranquilo em virtude da existência de decisão judicial a ser cumprida. A divergência gira em torno do número de delegados que estão aptos a participar do pleito, no qual deverão concorrer duas chapas – uma, apoiada pelo atual presidente Charliton Machado, que tem como postulante a presidente Jackson Macedo e outra, composta por políticos como os deputados Luiz Couto, Frei Anastácio Ribeiro e Anísio Maia, que até ontem à noite não havia oficializado o nome do candidato.
O Partido dos Trabalhadores enfrenta um processo de visível desagregação na Paraíba, como reflexo colateral da crise nacional que dinamitou a legenda em meio a escândalos e prisões de expoentes ilustres do comando petista e diante da perspectiva de depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba. O impasse na seção paraibana foi ocasionado pela exclusão de delegados de vários municípios, principalmente aqueles onde a oposição ganhou as eleições para diretórios locais, recentemente. De acordo com informações do presidente estadual Charliton Machado, o partido conta com 240 delegados que foram eleitos nos Processos de Eleição Direta municipais verificados no último dia nove de abril.
Apoiador declarado de Jackson Macedo para a presidência do PT, Charliton Machado afirmou que o grupo composto por cinco forças do partido tem cerca de dez delegados a mais do que a corrente que se prontificou a lançar uma candidatura de oposição e que integra a força “Muda PT”, com o engajamento de Couto, Anastácio e Anísio. Este assegurou que o grupo detém maioria suficiente para vitoriar na eleição. Outros nomes em pauta para o confronto são os de Giucélia Figueiredo e Josenilton Feitosa. De acordo com Anísio Maia, a decisão liminar proferida no final da tarde de ontem pelo juiz da Décima Quinta Vara Civil de João Pessoa, Keops de Vasconcelos Amaral Vieira Pires, assegura ao grupo dez delegados a mais.
Nonato Guedes