A partir da próxima semana o senador José Maranhão (PMDB) e o deputado federal Wilson Santiago Filho (PTB) dividirão o comando da bancada federal paraibana, composta por três senadores e doze deputados federais. A fórmula, anunciada ontem, será arrematada até terça-feira, já que na quarta os parlamentares estarão reunidos em Brasília com prefeitos que participarão da Marcha em Defesa dos Municípios. A divisão de comando e de responsabilidades foi a “solução salomônica” encontrada depois do impasse que gerou a substituição do deputado federal Benjamin Maranhão (SD) como único coordenador.
Circularam rumores de que o governador Ricardo Coutinho (PSB) estaria, nos bastidores, tentando emplacar nome de sua confiança na coordenação para assegurar a alocação de recursos via emendas parlamentares ao Orçamento Geral da União, beneficiando a administração estadual. Adversários do governador insinuararam movimentaçãao sua para retaliar os prefeitos de João Pessoa, Luciano Cartaxo, e de Campina Grande, Romero Rodrigues, que fazem oposição ao Palácio da Redenção. Ricardo foi enfático ao desmentir as especulações. O deputado Wilson Filho revelou que já há confirmação de 80% da bancada no apoio à forma de coordenação dividida. O petebista foi candidato a vice-prefeito de João Pessoa na chapa encabeçada pela professora Cida Ramos, nas eleições de 2016.
Nos desdobramentos do impasse que eclodiu em torno da permanência de Benjamin Maranhão, chegou a ser cogitado o nome do deputado federal André Amaral, do PMDB, para ser o coordenador único. A sugestão partiu do deputado federal Veneziano Vital do Rêgo e Amaral – que assumiu com a renúncia de Manoel Júnior para assumir a vice-prefeitura de João Pessoa – entusiasmou-se com a possibilidade de ascender a um cargo qualificado como influente, pelo trânsito que detém nos escalões de poder federal. O movimento, contudo, não prosperou. O governador Ricardo Coutinho teria ficado irritado com a destinação de duas emendas impositivas da bancada federal, correspondentes ao atual exercício financeiro, para as prefeituras de João Pessoa e Campina Grande, ficando o Estado sem recursos.
– O importante é que a bancada federal paraibana se recomponha em termos de atuação a fim de dar curso a reivindicações de interesse da população paraibana que não podem ser proteladas – observou o deputado Veneziano Vital. Para ele, a opinião pública monitora o comportamento dos seus representantes e deles espera atitudes de grandeza em relação ao interesse coletivo. “Precisamos de uma vez por todas eliminar o ranço mesquinho da política paroquial que alguns ainda exercitam na Paraíba”, proclamou Veneziano.
Nonato Guedes