Efraim Morais foi senador por apenas um mandato, Raimundo Lira retornou à cena de forma surpreendente e passado bastante tempo da última vez em que esteve no Congresso Nacional e Wilson Santiago “esteve” senador por dez meses, tempo que a Justiça Eleitoral levou para reconhecer que o candidato eleito com legitimidade fora Cássio Cunha Lima e este é que deveria ter sido empossado. O fenômeno da “gangorra” entre políticos paraibanos pelo ambiente do Senado desperta a atenção de analistas e repórteres políticos, que cravam a opção da imprevisibilidade quanto aos protagonistas do cenário de 2018, quando serão realizadas eleições para duas cadeiras.
Da atual representação política paraibana no Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB) e Raimundo Lira (PMDB) terão que renovar mandatos em 2018 ou concorrer a outros postos eletivos. Cássio foi eleito em 2010 e passou quase um ano enfrentando batalha judicial para assumir, pois diante de interpretações polêmicas de inelegibilidade ele não foi empossado automaticamente, cabendo o privilégio ao terceiro candidato mais votado, Wilson Santiago, do PTB, atualmente sem mandato. Lira assumiu a titularidade depois que Vital do Rêgo se afastou para assumir cadeira de ministro no Tribunal de Contas da União. O mandato do terceiro senador da bancada paraibana – José Maranhão, expira em 2022. A indefinição se amplia quando dos prognósticos a respeito de candidaturas senatoriais no próximo ano.
Raimundo Lira tende a se candidatar à reeleição, aproveitando o embalo do seu retorno triunfal ao Congresso. Cássio, teoricamente, deve fazer o mesmo, inclusive porque se projetou neste primeiro mandato no Senado Federal, mas seu nome é cogitado por correligionários para também disputar novamente o governo do Estado em 2018. É “cravado” na coluna de “indefinidos” pelos “experts”. Santiago não sinaliza que pretenda concorrer novamente ao Senado, mas não formalizou essa posição, o que pode indicar que não descarta a hipótese. O ex-senador Cícero Lucena, que encerrou seu período na Casa, tem declarado que não corteja mais a atividade política, e o ex-senador Efraim Morais, do DEM, que é secretário do governo de Ricardo Coutinho, mantém silêncio sobre pretensões eleitorais para o próximo ano.
O governador Ricardo Coutinho (PSB), aliás, sinalizou pela primeira vez a possibilidade de concorrer ao Senado, mas ainda condiciona a batida do martelo a uma discussão com seu grupo de confiança. Correndo por fora, o deputado federal Luiz Couto sonha em ser candidato a senador pelo PT numa dobradinha com o governador Ricardo Coutinho. Quanto a Ney Suassuna, que já foi chamado de “senador trator”, pela impetuosidade na atuação para liberar verbas e assegurar obras na Paraíba, praticamente sumiu do mapa, tendo cortado o fio com bases políticas interioranas ou com expoentes de cúpulas partidárias. Um deputado estadual afirma “em off” que não é improvável o surgimento de “aventureiros” dispostos a concorrer ao Senado, numa referência a figuras sem maior tradição política ou sem maiores chances de êxito na disputa majoritária. Mas o mesmo deputado garante que não tem bola de cristal para adivinhar quais são os “azarões” que podem figurar na urna eletrônica em 2018.
Nonato Guedes