O apresentador e dono do SBT Sílvio Santos revela que está cogitando ser candidato a presidente da República em 2018. “Prometo um governo de total felicidade, em prol dos menos favorecidos”, disse ele numa conversa em seu programa dominical com dois humoristas que imitam os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Sílvio, que está com 86 anos, afirmou que decidiu cogitar a hipótese depois que o apresentador Luciano Huck, do “Caldeirão”, da Rede Globo, aventou a possibilidade de entrar na política e concorrer ao Planalto.
– Eu fiquei com inveja do que o Luciano Huck falou e por isso estou pensando em disputar a presidência. Garanto que os brasileiros não iriam se decepcionar com um governo meu – expressou Sílvio, no que foi encarado como uma brincadeira. Em 1989, na primeira eleição presidencial direta depois do regime militar, Sílvio Santos foi picado pela mosca azul e lançou-se candidato ao Planalto tendo como vice o então senador paraibano Marcondes Gadelha, que era do PFL. Em reuniões em Brasília, Sílvio negociou com Armando Corrêa a garantia da legenda do PMB para respaldar sua postulação. Chegou a aparecer em propaganda na televisão, mas o PMB foi acusado de estar ilegalmente registrado. O Tribunal Superior Eleitoral fulminou a chapa Sílvio-Marcondes, retirando-a do páreo por não atender a requisitos de inscrição.
A possibilidade da candidatura de Sílvio em 89 assustou o então favorito Fernando Collor de Melo, ex-governador de Alagoas, que concorria pelo PRN, se apresentava como “caçador de marajás” no Estado nordestino e tinha como vice Marcondes Gadelha, que se tornou amigo pessoal de SS ao participar do programa “Show do Milhão”, que ele conduzia com convidados especiais. Gadelha chegou a ganhar 500 mil reais respondendo a perguntas sobre matérias curriculares diversas. Levou “gongo” na última pergunta, que lhe daria o milhão de reais. Em 89 surgiram versões de que Collor operou nos bastidores para inviabilizar a candidatura de Sílvio, como também eclodiram versões de que o então dono das Organizações Globo, Roberto Marinho, ainda vivo, lutou contra uma suposta candidatura de Sílvio por não aceitar que o concorrente ganhasse fatias de poder caso viesse a ser eleito. O receio de Marinho era a quebra do monopólio da Rede Globo de Televisão. Marcondes Gadelha é, atualmente, presidente do PSC no Estado e não exerce mandato eletivo. Seu filho, Leonardo, que estava numa suplência de deputado federal, assumiu a presidência nacional do INSS e lá permanece.
No livro intitulado “A fantástica história de Sílvio Santos”, o seu biógrafo e amigo Arlindo Silva lembra que o apresentador foi, realmente, contaminado pela hipótese de entrar na política, tanto que depois da aventura frustrada para ser candidato a presidente da República fez gestões para disputar a prefeitura de São Paulo ou o governo do Estado. Sílvio era temido pelos políticos em virtude da sua popularidade nas camadas sociais mais carentes, onde os seus programas de auditório gozam de grande prestígio e audiência. Houve momentos em que a pretensão de Sílvio Santos de disputar a presidência foi encarada como uma “pegadinha”, quadro que seu programa dominical exibe. Arlindo Silva narra, porém, que ele estava mesmo disposto a entrar na política, o que é confirmado pelo ex-senador e ex-deputado paraibano Marcondes Gadelha.
Nonato Guedes, com agências