O deputado Adriano Galdino (PSB), ex-presidente da Assembleia Legislativa. reafirmou, desta vez em discurso na tribuna, o ponto de vista de que o governador Ricardo Coutinho ficará no exercício do cargo até o último dia e terá um papel fundamental na eleição do candidato do seu esquema político à sua sucessão em 2018. Galdino já havia se manifestado, ontem, em declarações à imprensa, nessa linha de raciocínio, mas hoje foi mais enfático, prevendo que Ricardo, depois de fazer o sucessor, pode vir a atuar como uma espécie de “super-secretário” da futura gestão, sendo vigilante em relação à continuidade do projeto de reformas que passou a implementar no Estado a partir de 2011 quando se investiu pela primeira vez no cargo.
O ex-presidente da Assembleia evitou entrar em detalhes sobre nomes de candidatos ou candidatas do esquema governista à sucessão de Ricardo Coutinho, mantendo o argumento que tem sido exposto pelo próprio governador de que o mais importante é a continuidade do projeto administrativo a fim de que a Paraíba não enfrente retrocessos diante dos avanços que teriam sido conquistados e implementados pela administração socialista. De acordo com Adriano, a defesa da permanência de Ricardo no exercício do Palácio da Redenção não é feita isoladamente por ele, mas vai se cristalizando de forma consensual entre lideranças políticas do partido e de outros partidos que estão coligados ao esquema político que Ricardo preside.
A eventual permanência de Ricardo no exercício do governo até o último dia, em janeiro de 2019, inviabilizaria as cogitações sobre candidatura dele ao Senado. Esta era a perspectiva natural com que trabalhavam alguns aliados de Coutinho, dentro da lógica de que uma candidatura sua a senador reforçaria substancialmente a chapa socialista tanto para as eleições majoritárias como para as eleições proporcionais, favorecendo o esquema no confronto com adversários que tentam lançar uma candidatura única e forte pelas oposições, com condições de vitoriar no primeiro turno. Um dos nomes em pauta na oposição é o do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, do PSD, que foi reeleito em 2016. Mas também são especulados os nomes do senador Cássio Cunha Lima e do prefeito reeleito de Campina Grande, Romero Rodrigues, bem como do senador peemedebista José Maranhão, na hipótese dos partidos de oposição lançarem candidaturas próprias no primeiro turno. O governador Ricardo Coutinho tem evitado polemizar a respeito das eleições do próximo ano, especialmente no que diz respeito à posição que tomará. Foi ele que deu o tom da continuidade do projeto administrativo como a tônica essencial a ser discutida daqui paraa a frente.
Nas hostes do PSB já chegaram a ser cogitados os nomes do presidente da Assembleia Legislativa, Gervásio Maia, da deputada Estelizabel Bezerra e do secretário de Recursos Hídricos, João Azevedo. Ultimamente, passou a ser aventada a hipótese da candidatura do deputado licenciado Rubens (Buba) Germano, que ocupa uma secretaria de Articulação Municipal e que foi prefeito de Picuí, no curimataú, bem como presidente da Federação das Associações dos Municípios do Estado da Paraíba-Famup. Enquanto “Buba” ressalta ter compromisso com a continuidade do projeto de governo de Ricardo Coutinho, o deputado Gervásio Maia recuou, por algum tempo, nas cogitações para disputar o governo, alertando que iria se estruturar para conseguir apoios a uma candidatura a deputado federal em 2018. Seu nome, todavia, continua frequentando as listas que circulam nos meios políticos e as especulações em geral que se formam no noticiário local. A vice-governadora Lígia Feliciano, do PDT, não abriu mão do sonho de vir a assumir o governo com uma eventual renúncia de Ricardo para disputar o Senado. Uma vez que esse sonho fosse concretizado, ela tentaria viabilizar sua candidatura a um mandato no Executivo. Mas todos mantêm posição de expectativa diante do posicionamento final do governador Ricardo Coutinho no processo.
Nonato Guedes