Em entrevista ao programa “Sem Censura”, da rádio Pop, Sistema RPN de Comunicação, o governador Ricardo Coutinho (PSB) afirmou que não tem ambição por cargos políticos ou pelo poder, daí porque continua indefinido sobre disputar ou não um mandato ao Senado em 2018, podendo fazê-lo se isto contribuir para que não haja retrocesso no projeto que sua gestão desenvolve em dois mandatos e que, de acordo com RC, alterou profundamente indicadores sociais na saúde, infraestrutura e na educação. Para Ricardo, tanto o retrocesso como a retomada da ineficiência na administração poderão inviabilizar o Estado e interromper as conquistas alcançadas com muitas dificuldades em ações do poder público e intervenções da sociedade.
O governador disse aos apresentadores Antônio Malvino, Lenilson Guedes e Leo Ferreira que, pessoalmente, se dá por “realizado” em termos políticos, tendo alcançado posições de destaque que perseguiu e sido eleito por duas vezes ao governo estadual, numa reafirmação de confiança aos seus compromissos com o eleitorado. “Se a minha permanência no governo for necessária para neutralizar o retrocesso e a ineficiência, eu permanecerei sem qualquer drama de consciência”, acentuou o governador. Ele criticou os que ainda adotam a política como um expediente para tirar proveito pessoal ou favorecer grupos a que pertencem. Lamentou que na conjuntura atual, no país, a política tenha se tornado refém do submundo do capital, impossibilitando a participação nas disputas de lideranças sindicais e de outros líderes representativos de grupos da sociedade que não dispõem de poder econômico. Ricardo explicou que, confrontado com essa situação, é que insiste na defesa do financiamento público de campanhas eleitorais, diante da perspectiva de se abrir uma janela de igualdade para interessados em concorrer a cargos no Executivo ou no Legislativo.
Ricardo comentou a tragédia verificada no Lar do Garoto em Lagoa Seca, na região de Campina Grande, dizendo que não houve omissão por parte do Estado quanto ao oferecimento de condições para o atendimento sócioeducativo a menores e adolescentes envolvidos com a criminalidade. Alertou para o caráter estrutural que está na raiz de tais problemas e exemplificou que de há muito tem pugnado a adoção de uma política para melhorar o sistema penitenciário no país. Ele lembrou que cobrou isto no próprio governo da ex-presidente Dilma Rousseff e o faz agora, na gestão de Michel Temer. Não obstante, o chefe do Executivo paraibano advertiu que tem posição firmada sobre a construção de um presídio federal na cidade de Bayeux na Grande João Pessoa e que essa posição é contrária. Entende que a cidade não reúne condições indicadas de estrutura para abrigar um presídio federal e endossou as sugestões para que seja construído um “campus” universitário ou seja instalada uma indústria que acarrete geração de emprego e renda para os habitantes.
Nonato Guedes