O deputado federal Luiz Couto, do PT-PB, gravou um vídeo que está sendo reproduzido em redes sociais fazendo uma convocatória aos paraibanos no sentido de participarem de ato público de lançamento da campanha pelas eleições diretas-já para presidente da República. O evento está programado, em João Pessoa, para o dia 22 próximo, a partir das 14h, na Praça dos Três Poderes, onde se situam a Assembleia Legislativa, o Palácio da Redenção e o Tribunal de Justiça. O parlamentar prevê a participação de artistas nacionalmente famosos mas evitou mencionar nomes alegando que a programação ainda está sendo fechada por um comitê focado na preparação do ato.
De acordo com Luiz Couto, as manifestações em favor das eleições diretas-já se prestam, também, à cobrança por Justiça e soberania do povo brasileiro, questionando a legitimidade do mandato do presidente Michel Temer (PMDB) que assumiu com o impeachment de Dilma Rousseff. A seu ver, a democracia ficou ameaçada no Brasil desde que foi proclamado o impeachment de Dilma sem embasamento em provas que a comprometessem no campo de irregularidades administrativas. O afastamento de Dilma – diz Luiz Couto – foi um golpe urdido por oligarquias políticas, com apoio de segmentos empresariais, para chegar ao poder sem passar pelo voto popular.
O deputado não comenta o fato de que na década de 90 o Partido dos Trabalhadores recusou-se a apoiar uma emenda apresentada pelo parlamentar Dante de Oliveira, do Mato Grosso, restaurando eleições diretas para presidente da República. A proposta acabou sendo derrotada no Congresso, mas forneceu combustível para manifestações de rua. As eleições presidenciais foram restauradas em 1998, com a vitória de Fernando Collor de Melo, um político até então desconhecido no cenário nacional e que havia se tornado famoso por ter assumido o combate aos “marajás”, assim definidos os funcionários de nível superior que ganhavam vencimentos acima da média do funcionalismo dos quadros do governo de Alagoas. Mas Luiz Couto reitera o ponto de vista de que o presidente Temer é um usurpador da vontade popular. O ato público está tendo a programação discutida por representantes da CUT, da Frente Brasil Popular, do MST e de partidos como o PSB e o PSOL.
Nonato Guedes