Veiculada pelo jornalista Paulo Santos em sua coluna na internet, repercutiu como uma autêntica bomba de São João a notícia sobre uma suposta reviravolta no xadrez para a sucessão do governador Ricardo Coutinho (PSB) em 2018. Versões chegadas ao conhecimento do colunista e de outros profissionais de imprensa dão conta de que estaria havendo assédio informal do staff do governador para atrair o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, que tem ligações familiares e políticas com o senador Cássio Cunha Lima, com vistas a fazê-lo ingressar no PSB, deixando o PSDB, com a oferta de ser candidato ao governo do Estado.
Essa hipótese chegou a ser admitida com relação ao deputado federal Veneziano Vital do Rêgo, que estaria insatisfeito com prováveis desatenções dentro do PMDB paraibano. Num telefonema a este repórter, Veneziano confirmou suas cogitações de ingressar em outra legenda e apontou o PSB como alternativa, observando que iria esperar os desadobramentos dos fatos. Alegou que teria prazo para transpor partidos, de acordo com a legislação vigente. No que diz respeito a Romero, que foi reeleito prefeito de Campina em primeiro turno em 2016, fontes que lhe são próximas vinham afirmando que ele estava picado pela mosca azul e avaliando que teria o mesmo direito do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), de concorrer ao governo, além de estarem nivelados no histórico de trajetória política.
Posteriormente, Romero Rodrigues passou a admitir ostensivamente o desejo de ser candidato ao Palácio da Redenção, embora com a ressalva de que dentro do PSDB a preferência natural seria pelo senador Cássio Cunha Lima, em virtude da sua projeção estadual e nacional, pela experiência adquirida em campanhas ao governo do Estado e pela liderança que mantém no cenário local. O senador Cássio tentou colocar panos mornos na discussão para não abespinhar seus aliados e nem fomentar desuniões na frente que dá combate ao governador Ricardo Coutinho. Mas não descartou nenhuma hipótese das que estão sendo colocadas em pauta.
O governador Ricardo Coutinho tem o poder nas mãos mas não tem opções seguras para vencer o governo em 2018. Dentro do PSB foram cogitados nomes como o do deputado Gervásio Maia, presidente da Assembleia Legislativa, da deputada Estelizabel Bezerra e do secretário de Infraestrutura, João Azevedo. Nomes avulsos lançaram-se por conta própria, como o deputado licenciado Rubens “Buba” Germano, igualmente filiado ao PSB. O governador tem condicionado a sua candidatura ao Senado à definição de um nome forte do esquema para vencer as eleições à sua sucessão, alegando que considera prioritária a continuidade do projeto que passou a pôr em prática. Há sinais de outras reviravoltas pela frente, assegurou ontem à noite uma fonte política qualificada.
Nonato Guedes