Em artigo veiculado na edição de hoje de A UNIÃO, órgão da imprensa oficial da Paraíba, o jornalista Walter Galvão profetiza o fim da Operação Lava-Jato, informando que estão quase definidos os parâmetros de um acordo que vem sendo costurado há mais ou menos um mês entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer e Aécio Neves, com “apoio luxuoso do ministro Gilmar Mendes”. Juntos, eles vão finalizar a operação Lava-Jato.
E acrescenta Walter Galvão: “Caso a operação continue, o prazo previsto até agora para o término é de mais 24 meses a partir de dezembro, no mínimo, especulam os escudeiros de Deltan Dallagnol. Ainda tem muita lama a jorrar desse chão petrolífero, acreditam”. A íntegra do artigo de Walter Galvão:
O fim da Lava-Jato
A agenda das conspirações cotidianas traz marcado em vermelho para esta semana o seguinte: Estão quase definidos os parâmetros do acordo que vem sendo costurado há mais ou menos um mês entre Lula, Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer e Aécio Neves, com o apoio luxuoso de Gilmar Mendes. Juntos, eles vão finalizar a operação Lava-Jato. Caso a operação continue, o prazo previsto até agora para o término é de mais 24 meses a partir de dezembro, no mínimo, especulam os escudeiros de Deltan Dallagnol. Ainda tem muita lama a jorrar desse chão petrolífero, acreditam. Por falar no procurador coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan, como se sabe, foi alvo de duras críticas na semana passada. Não era para menos, depois que ele disse nas redes sociais que a estabilidade de Temer era provisória, além de profetizar um novo escândalo envolvendo o presidente capaz de fazer tartaruga subir de costas em coqueiro, de tão impactante.
Resgato o fato como registro necessário para quem não acompanhou a polênica. O intuito é oferecer subsídios para a formação de uma consciência a respeito das repercussões de uma operação policial que certamente está entre as maiores caçadas a políticos supostamente corruptos já empreendidas na história. Só os documentos fornecidos pelos empresários da J&F dão conta de maracutaias comprovadas de 1.800 políticos. Quanto à polêmica, o jornalista Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo definiu assim o procurador:
“Nele se unem a megalomaniaa, a ambição, a arrogância, a fama, a fé evangélica e a falta de noção, resultando num pacote de autoconstrangimento e vergonha alheia. Dallagnol embarcou numa ego trip que ninguém mais controla. De Silvio Santos a Elton John, passando pelo dono da Riachuelo, é comum o sujeito perder o senso de ridículo, mas depois de um certo tempo. Deltan está passando por isso precocemente, nos 36 anos. Vive cercado de yes men que não o censuram mais”. Amigos, admiradores e colaboradores de Deltan garantem, no entanto, que ele é um jovem inteligente, afetuoso, estudioso, metódico, sossegado e que desempenha as tarefas com o mais aguçado espírito republicano. São esses que planejam um desagravo ao procurador federal esta semana. Retomando a agenda da conspiração para imobilizar a Lava-Jato: os personagens desse drama são por demais conhecidos. O operário odebrechtiano líder imbatível como nunca houve antes na história deste país, o intelectual que meteu o pé na cozinha e pediu que esquecessem o que escreveu, o constitucionalista que enfiou os pés pelas mãos dentro de uma mala com 500 mil reais e o herdeiro que vendeu a santa da fazenda do avô depois de o seu capital político ter virado pós. Todos têm, teriam na teoria, o auxílio luxuoso do juiz coronel, ministro, empresário líder político.
No liquidificador da história, eles são vitamina de mamão com sal, a cara do Brasil das contradições e desigualdades, o que resta de um modelo que se autocanibalizou. Se é verdade que esse acordo está em evolução, que a Lava-Jato está com os dias contados, e que vai rolar impunidade para quem ainda não foi fustigado pelo juiz Sergio Moro, mesmo assim, se deve atentar para o passo gigantesco que o aparelho coercitivo conquistou nesses três anos, à frente do trabalho a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. Mas dificilmente será possível barrar o que está por vir, porque há muito material acumulado. Repito, só Joesley Safadão entregou malas de documentos que incriminam 1.800 políticos, afirmou o procurador-geral Rodrigo Janot. O rolo compressor do processo de apuração das denúncias da JBS ainda vai se mover por muito tempo na contramão dos interesses do presidente Michel Temer. Ninguém perde por esperar. Palavra de Dallagnol.”
Nonato Guedes