O deputado federal paraibano Wilson Filho, do PTB, promete agitar os corredores da Câmara dos Deputados na próxima terça-feira – informa, de Brasília, o colunista Edinho Magalhães, do Correio da Paraíba. Na condição de presidente da Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara, Wilson Filho aprovou requerimentos que foram formulados para ouvir autoridades sobre operações no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico – BNDES para a compra de ações do grupo JBS no último mês de maio, antes da divulgação das gravações dos irmãos Batista.
Assim que soube do paradeiro dos irmãos Batista, a Comissão convidou Wesley e Joesley a prestarem os devidos esclarecimentos. São aguardados, ainda, os presidentes do Banco Central, da CVM do Bovespa, do Tribunal de Contas da União, do COAF e do secretário da Receita Federal. Joesley Batista voltou a movimentar o cenário político brasileiro nas últimas horas com revelações bombásticas à revista Época, divulgadas ontem à noite no Jornal Nacional pela TV Globo, em que acusa o presidente Michel Temer de ser o chefe de uma organização criminosa que está instalada no poder federal no país.
De acordo com Joesley Batista, a corrupção foi institucionalizada no poder público no Brasil pelo Partido dos Trabalhadores durante os governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, mediante um planejamento bem elaborado que previa hierarquização de funções e papéis de agentes públicos incumbidos de tirar proveito de autarquias, empresas estatais, fundos de pensão, ministérios e outras instituições. Joesley afirmou que Michel Temer sempre demonstrou obsessão por dinheiro e pediu-lhe recursos inúmeras vezes, imclusive, para socorrer amigos pessoais que integram o seu núcleo. Frisou que Dilma também foi ostensiva ao cobrar recursos para financiamento de campanhas eleitorais, dela e de outros postulantes do PT e da aliança em vários Estados.
Com relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Joesley asseverou que este não tratou de assuntos “não republicanos” com ele, mas frisou que o líder petista também foi beneficiado com recursos de empreiteiras. O presidente Michel Temer, em nota oficial que foi publicada ontem à noite, fez restrições morais à conduta do empresário Joesley Batista, refutou as acusações que lhe foram feitas e declarou que vai processar judicialmente um dos donos da JBS. Outras lideranças políticas tentaram desqualificar as acusações de Joesley, a exemplo do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, do DEM, que está sendo reclamado por supostamente engavetar pedidos de impeachment do presidente Michel Temer que deram entrada no Poder Legislativo.
Nonato Guedes