O deputado federal André Amaral, do PMDB paraibano, em entrevistas a emissoras de rádio no final de semana, não escondeu seu desejo de vir a ser ministro da Cultura no governo de Michel Temer. A pasta tem sido problemática e já enfrentou defecções de peso – a mais recente delas a de Roberto Freire, presidente nacional do PPS, que aproveitou a onda de divergências do partido em relação ao governo. André Amaral tem 26 anos de idade, assumiu como suplente na vaga de Manoel Júnior, que renunciou para vir assumir a vice-prefeitura de João Pessoa.
André ressaltou que é natural a articulação em torno do seu nome para ocupar o ministério da Cultura e rechaça as insinuações de que está despreparado para os desafios. Salientou que tem uma vida limpa e não é estranho à área cultural, recordando a atuação que teve no movimento estudantil, espécie de embrião para sua incursão na seara política. Entusiasmado, ele aguarda um sinal verde do Planalto, que só deve acontecer ou não com o retorno da viagem que o presidente Michel Temer enceta a partir de hoje ao exterior.
A Pasta da Cultura já foi ocupada por dois intelectuais paraibanos em governos diferentes. No de José Sarney, investido com a morte de Tancredo Neves em 1985, o ministro da Cultura foi Celso Furtado, autor de livros de repercussão internacional e ex-ministro do Planejamento, bem como ex-superintendente da Sudene, tendo sido um dos cassados pelo regime militar de 64. No governo de Fernando Collor de Melo, que durou até 92, o ministro da Cultura foi o cineasta parainano Ipojuca Pontes, que travou polêmicas com grupos intelectuais mais à esquerda, que, segundo ele, viviam em busca de privilégios da Embrafilme e de outros órgãos estatais de apoio e incentivo à Cultura.
Nonato Guedes