O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) reafirmou nas últimas horas a sua disposição de votar favoravelmente ao pedido do Supremo Tribunal Federal e acolher as denúncias formuladas contra o presidente Michel Temer (PMDB) por suposta corrupção passiva, de acordo com relatos feitos em delações premiadas de executivos da JBS a respeito de pagamento de propinas. Filho do senador Cássio Cunha Lima, expoente do tucanato no Congresso e primeiro vice-presidente do Senado, Pedro tem defendido ostensivamente o “desembarque” do PSDB do governo de Temer, diante das denúncias em série.
O parlamentar se diz realista, porém, na avaliação da correlação de forças para possível investigação de atos do presidente da República e externa o receio de que a maioria dos seus pares não tome o mesmo rumo que ele pretende adotar em relação ao episódio. Seu argumento a respeito é categórico: “Trata-se de um colegiado grande, não há como saber se a Câmara Federal autorizará ou não o prosseguimento de investigações envolvendo o presidente da República”.
Ontem, em Brasília, os tucanos festejaram a decisão do ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, que determinou o retorno do senador Aécio Neves (MG) ao mandato, do qual fora afastado após vazamento de denúncias sobre recebimento de propina. O senador Cássio Cunha Lima comentou que encara como “descuido” o teor da conversa do senador Aécio Neves, grampeada pela Polícia Federal, em que o líder tucano aparece pedindo dinheiro a Joesley Batista e prometendo matar quem o delatasse.
Nonato Guedes