Fontes credenciadas disseram à reportagem do site “Os Guedes” que o governador Ricardo Coutinho (PSB) teria mantido um encontro com o senador José Maranhão, do PMDB, na residência deste, no Altiplano Cabo Branco, para discutir o quadro para a sucessão ao Palácio da Redenção em 2018. As fontes insinuam aceno de Coutinho a Maranhão com apoio a uma virtual candidatura sua ao governo do Estado. O senador, que é presidente do diretório regional peemedebista, não teria sentido firmeza da parte do governador mas não teria descartado a hipótese, de acordo com as fontes.
Acompanharam o governador Ricardo Coutinho na missão junto a Maranhão o secretário de Planejamento do Estado, Waldson de Souza, e a deputada estadual socialista Estelizabel Bezerra. Os informantes adiantaram que mediante um pacto informal acertou-se o aprofundamento das discussões. Maranhão foi aliado de Ricardo no segundo turno da eleição de 2014, em que o socialista foi reeleito. Na eleição municipal do ano passado, todavia, o senador peemedebista hipotecou apoio à candidatura do prefeito Luciano Cartaxo (PSD) à reeleição. A hipótese de conversas entre Ricardo e Maranhão, de acordo com as fontes, confirma os rumores de que o senador não arquivou o sonho de voltar ao Palácio da Redenção.
A projeção de Maranhão no cenário político deu-se na eleição de 1994 quando foi candidato a vice na chapa encabeçada por Antônio Mariz, que saiu vitoriosa. Mariz faleceu no primeiro ano de mandato e Maranhão concluiu o mandato, na condição de titular. Em 1998, beneficiado pela aprovação da emenda da reeleição de candidatos a cargos executivos, Maranhão pleiteou sua recondução infligindo derrota acachapante ao seu adversário, ex-deputado Gilvan Freire. O senador já havia vencido o grupo Cunha Lima em quedas-de-braço pelo controle do diretório regional do partido. Em 2006, ele tentou voltar ao governo tendo como vice Luciano Cartaxo, que era filiado ao PT. Saiu-se vitorioso nas urnas o hoje senador Cássio Cunha Lima (PSDB). Com a cassação do mandato de Cássio pelo TSE em 2009 sob alegação de conduta vedada e improbidade administrativa, foram chamados os titulares da chapa que ficou em segundo lugar – integrada por Maranhão e Cartaxo. Em 2010, ao tentar ampliar a longevidade no Executivo, Maranhão viu-se derrotado por Ricardo, que tinha sido aliado seu.
“Maranhão sempre esteve disponível para concorrer ao governo porque gosta de tomar decisões”, analisa um deputado estadual do PMDB. Não obstante a vocação para o Executivo, Maranhão disputou o Senado em 2002 e presidiu a Comissão Mista de Orçamento da Casa. O mandato de senador, retomado em 2014, se estende até 2022, o que significa que não há razão para açodamento de Maranhão no que diz respeito a cultivar a ocupação de cargos executivos. Um outro deputado acentua, também, o controle que Maranhão exerce, com mão de ferro, dentro do PMDB paraibano. Ele nunca se considerou idoso para ocupar cargos no Executivo, conclui o parlamentar, alertando que não haverá surpresa alguma se Maranhão desfilar como candidato a governador em 2018. Nesse contexto ele pode vir a se defrontar com o hoje prefeito reeleito da Capital, Luciano Cartaxo, filiado ao PSD.
Na semana passada, na Paraíba, o ministro Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, sinalizou como praticamente irreversível a candidatura de Luciano ao Palácio da Redenção. Já o governador Ricardo Coutinho, para fazer frente à ausência de nomes competitivos dentro do seu esquema, passou a alardear que ganhará o pleito porque tem um projeto exitoso. A fase, agora, é de pressão para que Coutinho comece a viabilizar o nome que apoiará à sua sucessão. Nesse cenário, Maranhão volta a ter cacife.
Nonato Guedes