A coordenadora do Centro da Mulher 8 de Março, Irene Marinheiro, declarou-se assustada com a onda de violência que vem ocorrendo na Paraíba e disse que se nada for feito de forma urgente para aumentar o rigor da punição contra machistas, “poderemos testemunhar um massacre de mulheres no Estado”. Ela informou ao jornal “Correio da Paraíba” que após mais um final de semana com elevado número de crimes contra mulheres, entidades de defesa da mulher articulam um encontro de todos os organismos públicos, ONGs, associações e movimentos que trabalham com o tema para buscar uma solução de curto prazo que iniba os agressores.
Entre sexta-feira e domingo, cinco casos de destaque foram registrados pela polícia, sendo dois assassinatos e três agressões com requintes de crueldade. Na Capital, uma mulher teve a genitália aberta com uma faca enquanto era agredida pelo companheiro. Irene Marinheiro afirma textualmente: “O aumento da violência é fruto da ideologia conservadora que tem se espalhado no País e que encoraja os homens, que se sentem donos das mulheres, a não reconhecer nem respeitar os direitos conquistados por suas companheiras”. Apesar do estímulo ideológico dos agressores, Irene acredita que o aparato público fiscalizador das leis pode conseguir melhores resultados.
– Sentimos que a legislação que protege a mulher precisa ser melhor aplicada. Reconhecemos o esforço das delegacias das Mulheres em atender às vítimas da melhor forma possível, mas a impressão é que não estão dando conta da demanda de crimes. Estamos, por isso mesmo, propondo um grande encontro de chefes de delegacias, secretarias estaduais e municipais, as mais de 80 entidades de defesa da mulher e os órgãos da Justiça para debatermos esse incremento da violência. Se nada for feito de forma urgente para aumentar o rigor da punição, poderemos testemunhar o massacre de mulheres”. A delegada Renata Mathias confirmou o aumento de registro de casos de violência doméstica.