Em entrevista que concedeu ontem à noite à TV Master, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), garantiu de forma incisiva que permanecerá no cargo até o último dia do mandato, abrindo mão de disputar cargos eletivos como o de senador. Ele justificou que pretende ter o controle da administração, levando à frente projetos de impacto que executa, e também o controle do processo político sucessório de modo a que o futuro governador não promova retrocesso em relação ao que chamou de avanços progressivamente implementados. O gestor também sinalizou surpresa na escolha da candidatura do seu esquema à sucessão, definindo que o candidato “fará muito mais no governo do que eu tenho feito em dois períodos de gestão”.
Ricardo Coutinho afirmou já ter tratado do assunto com a vice-governadora Lígia Feliciano, do PDT, e não confirmou nem desmentiu o suposto encontro que teria tido em plenos festejos juninos com o senador José Maranhão, do PMDB, com eventual aceno para que ele fosse o candidato ao governo em aliança com os socialistas. O governador teceu elogios a Maranhão como homem público comprometido com os interesses da Paraíba e frisou que sempre respeitou o líder peemedebista independente de estarem aliados ou não na conjuntura política estadual. Deixou claro que não há qualquer sinal de desconfiança de sua parte quanto à competência e lealdade da vice-governadora Lígia, mulher do deputado federal Damião Feliciano, explicando que sua decisão de ficar até o dia 31 de dezembro de 2018 no Palácio da Redenção decorre da estratégia concebida, no sentido de ter o controle absoluto da própria sucessão e da continuidade administrativa no Estado.
– Não faço qualquer coisa para me manter no poder nem tenho obsessão por cargos. Posso fazer militância política, por exemplo, numa associação porque não coloco em pauta interesse pessoal ou particular – salientou o chefe do Executivo, prometendo intensificar suas viagens por todo o Estado, levando benefícios para as populações carentes e, desta forma, assegurando a continuidade do ritmo administrativo que está sendo implementado. Indagado se o candidato do esquema que lidera será um “puro sangue”, ou seja, das entranhas do chamado “núcleo girassol” por ele formado, Ricardo Coutinho asseverou que “vai sair (sic) gente com condições de fazer muito mais do que eu pela Paraíba e pelo seu povo”. De acordo com o seu raciocínio, o controle do processo administrativo e do quadro da sua própria sucessão é fundamental para a construção de uma chapa vitoriosa e sintonizada com o interesse público. “Modéstia à parte, não acalento vaidades nem ambições em relação ao poder, não coloco interesses pessoais ou particulares acima do interesse público”, acrescentou.
O chefe do Executivo advertiu, todavia, que se considera na obrigação de contribuir para evitar a ascensão de “aventureiros” que já passaram pelo Palácio e que não deixaram marcas concretas de realizações em benefício do povo. Para ele, a opinião pública está cada vez mais exigente, no país como um todo, o que Ricardo atribui ao aprimoramento do grau de conscientização das pessoas em relação aos seus direitos e às suas demandas. E, desse ponto de vista, avalia que os gestores têm a obrigação de procurar corresponder a essas demandas, acompanhando a mutação verificada no âmbito da sociedade. Ele disse que até o último dia do mandato continuará trabalhando para fazer a Paraíba avançar, quer nos investimentos estruturantes, quer em outras obras que são indispensáveis para a retomada da competitividade e do crescimento do Estado. “Os paraibanos me conhecem e sabem do grau de compromisso efetivo que tenho para com o atendimento das suas reivindicações”, enfatizou Ricardo Coutinho.
Nonato Guedes