Em entrevista, por telefone, de São Paulo, ao programa de Nilvan Ferreira, da rádio Arapuan, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou sua pretensão de ser candidato novamente a presidente da República. Ele criticou de forma enfática o governo de Michel Temer, que, a seu ver, liquidou avanços conquistados nos governos dele (Lula) e de Dilma Rousseff (PT). Lula elogiou o governador paraibano Ricardo Coutinho (PSB) dizendo tratar-se de um político sério e anunciou que pretende voltar em agosto ao nosso Estado para acompanhar conclusão das obras do Eixo Norte do projeto de transposição de águas do rio São Francisco.
O ex-presidente da República fez duras críticas ao empresário Roberto Cavalcanti, diretor-proprietário do Sistema Correio de Comunicação, que havia feito pesadas restrições a ele e a Dilma. Lula reptou o empresário e ex-senador para abrir os microfones dos seus veículos de comunicação, acolhendo pronunciamento seu sem qualquer censura. Ele não poupou, também, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, do PP, que é atualmente é líder do governo Temer na Câmara. Disse que ele se acovardou perante o governo de plantão, como o fizeram outros parlamentares, apesar de Aguinaldo ter sido ministro das Cidades no governo de Dilma Rousseff.
Lula atacou ostensivamente a operação Lava Jato insinuando que os procuradores que a conduzem tentaram exaustivamente mas até hoje não conseguiram responsabilizá-lo por eventuais desfalques à frente do governo federal ou por envolvimento em casos de favorecimento ilícito. “Na prática, até agora, só ficou provada a minha inocência. Por isso desafio os procuradores a provar que sou culpado, como insinuaram”, expressou o ex-mandatário. O líder petista disse que o governo do presidente Michel Temer é “um traço” nas pesquisas de opinião pública sobre aprovação de governantes. E insistiu na tese de “golpismo” praticado contra o PT no episódio do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. O ex-presidente salientou que não ficará surpreso se for demonstrado que houve ingerência externa, sobretudo dos Estados Unidos, para inviabilizar a democracia no Brasil e atrapalhar os avanços que vinham sendo implementados.
O ex-presidente prognosticou que os eleitores vão votar maciçamente no Partido dos Trabalhadores nas eleições de 2018, movidos pela conscientização de que não é apenas o PT que deve ser punido. Para ele, outras agremiações deveriam ser criminalizadas diante da prática de métodos ilegais e antiéticos. Lula, porém, foi taxativo ao ressaltar que continua defendendo o Estado de Direito democrático. E frisou que as reformas empalmadas pelo governo de Temer e encaminhadas ao Congresso Advertiu o Congresso Nacional para não ficar na contramão das reivindicações populares, “porque isto é uma temeridade para a sobrevivência de qualquer político”.