O empresário e ex-senador Ney Suassuna reapareceu no cenário político paraibano com especulações de que pode vir a ser uma opção do esquema político do governador Ricardo Coutinho (PSB) para disputar o Palácio da Redenção em 2018. Afastado da militância política no Estado já há algum tempo, Ney vai a Catolé do Rocha no sábado para participar do lançamento de um livro-álbum que contém o histórico de toda a família Suassuna, que exerceu papel importante na Paraíba e, especialmente, no episódio da revolução de 1930. Entrevistado, ontem, no programa de Abelardo Jurema na RCTV, canal 27, Suassuna não escondeu que ainda sonha com a reconquista de um mandato popular, embora não faça disso uma obsessão.
“Se o cavalo passar selado, eu monto”, avisou ele, explicando que arriscaria uma nova chance no cenário político estadual caso avaliasse que tem condições concretas de ganhar eleições. O ex-parlamentar estaria avaliando convites de dois partidos para se filiar, a despeito de afiançar que a vida é mais tranquila ao lado da família. Ele foi figura de proa no PMDB paraibano desde que concorreu como suplente de senador, a partir daí obtendo vitórias e espaços na conjuntura. No plano nacional chegou a ser vice-líder do governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 98, Suassuna formou dobradinha política impecável com José Maranhão, este concorrendo à reeleição ao governo do Estado. No Guia Eleitoral, ele despontava como “o senador do Zé”, pegando “carona” na popularidade do ex-governador. Tentou emplacar uma candidatura a governador mas nunca logrou obter a indicação dentro do partido.
Ficou conhecido nos meios de comunicação como “o trator”, pela capacidade de mobilização para abrir portas de ministérios e outros gabinetes privilegiados do poder em Brasília, na luta incessante por recursos e por obras do governo federal na Paraíba. Com trânsito em diferentes partidos, identificava-se como filiado ao “Partido da Paraíba”, sinalizando que punha divergências políticas-partidárias de lado e privilegiava os interesses e reivindicações do Estado. No aspecto folclórico, Ney se notabilizou ao montar uma pirâmide de latas vazias em frente às sedes dos Poderes em Brasília, chamando a atenção para o socorro urgente às famílias vítimas da estiagem no Nordeste e, em especial, no Estado. Ele colecionou divergências com Maranhão, fez acenos de entendimento com os Cunha Lima e foi decisivo para ajudar o governador Ricardo Coutinho a conquistar empreendimentos para a Paraíba, o que demonstra o estilo eclético que adotou na trajetória na vida pública. Só nunca gostou de insinuações pejorativas apontando-o como “trem pagador” de campanhas eleitorais no Estadi, nem tampouco das outras insinuações que o qualificavam como “senador da Barra”, alusão à Barra da Tijuca, no Rio, onde sempre teve imóveis e negócios de vulto.
Nonato Guedes