O deputado paraibano Efraim Morais Filho, líder do DEM na Câmara Federal, qualificou a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo juiz Sérgio Moro como uma lição didática para os brasileiros e a garantia de que todos devem ser iguais perante a lei. As reações foram diversificadas na bancada paraibana a respeito da condenação de Lula, que pode responder em liberdade no primeiro de uma série de processos. O presidente estadual do PSDB, Ruy Carneiro, frisou que embora não conheça inteiramente o processo, parte de uma premissa muito lógica de que a lei é para todos. “Quem errou deve ser punido”, obtemperou.
Edvaldo Rosas, presidente estadual do PSB, considerou muita estranha que a condenação do ex-presidente Lula tenha ocorrido logo após a aprovação da reforma trabalhista pelo Senado, avaliando que há sinalização de estratégia para alterar o foco das discussões. A reforma trabalhista, proposta pelo governo Michel Temer, desagradou a inúmeros segmentos da classe trabalhadora. O governador paraibano Ricardo Coutinho, do PSB, também lamentou a condenação imputada ao ex-presidente Lula mas ressaltou que ela era previsível diante de supostas orquestrações para tornar o ex-presidente inelegível na disputa de 2018, onde concorreria, teoricamente, como favorito.
O senador José Maranhão, presidente do diretório regional do PMDB, lamentou a condenação do ex-presidente petista, mas invocou o jargão de que decisão judicial não se discute; se cumpre ou se recorre. “A pessoa mais indicada para falar sobre a condenação é o próprio Lula”, sustentou o parlamentar peemedebista. O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, Jackson Macedo, frisou que não foi surpresa para nenhum petista a condenação imputada pelo juiz Sérgio Moro. De acordo com o dirigente petista, desde o início do processo o magistrado se portou politicamente, indicando que sua prioridade era atingir Lula nos seus direitos políticos. Em Brasília, a condenação de Lula elevou o clima de apreensão entre os políticos, receosos de um cerco maior à categoria, marcada pela corrupção. Um auxiliar do presidente Temer, conforme a Folhapress, comentou que a condenação é um forte ataque à classe política, reforçando o sentimento de rejeição que esta enfrenta na atual conjuntura.
Apesar da pressão do Palácio do Planalto sobre caciques da legenda, o DEM já avisou que não pretende fechar questão sobre a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) no plenário da Câmara dos Deputados. O presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN) e o líder na Câmara, deputado federal Efraim Filho (PB) foram porta-vozes do “não” ao Palácio do Planalto sobre a hipótese de fechamento da questão. A própria planilha do ministro-chefe da Casa Civil do governo Temer, Eliseu Padilha, aponta que mais da metade da bancada de 29 deputados deverá votar contra Temer em plenário.
Nonato Guedes