O ex-senador Efraim Morais, presidente do diretório regional do Democratas na Paraíba, disse que vê com bons olhos a articulação feita pelo DEM nacional, com o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para fortalecer a agremiação, que perdeu quadros durante embates travados, sobretudo, com o PT e em virtude do predomínio da Era petista no poder. Agora, com o desgaste enfrentado pelo PT, que amargou o impeachment da então presidente Dilma Rousseff e ultimamente a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo juiz Sergio Moro, ventos favoráveis sopram a favor de partidos como o DEM – avalia o dirigente. A opinião é compartilhada pelo deputado federal Efraim Filho, observando que em Brasília há cálculos sobre migração até de socialistas descontentes de outros Estados para as fileiras democratas.
Na Paraíba, o DEM faz parte do esquema liderado pelo governador Ricardo Coutinho (PSB). Ricardo reatou laços políticos com o PT paraibano e, no plano nacional, abriu canais de interlocução com o ex-presidente Lula, a quem visitou em São Paulo esta semana. “Mas não há choque entre o DEM e o governador devido a posturas na Paraíba. O amadurecimento político existente favorece a convivência sem traumas”, ressalta o ex-senador Efraim Moais. O DEM é sucedâneo do PFL e entrou em queda livre com o advento da Era petista. Em 98 o partido chegou a ter uma bancada federal de 105 parlamentares, enquanto em 2014 apenas 21 compunham a sua representação.
Quando senador, Efraim Morais chegou a ocupar a primeira secretaria do Senado e ganhou projeção como expoente da CPI dos Bingos, que irritou o próprio Lula, então na presidência da República. O PT fez de tudo para esvaziar a CPI no âmbito do Congresso. O presidente Lula chegou a qualificá-la de “CPI do fim do mundo” e criticou com veemência o histórico do Democratas. Um dos citados na CPI dos Bingos, Waldomiro Diniz, acabou sendo o pivôt inicial do escândalo do mensalão. O deputado Efraim Filho avalia que, na conjuntura atual o apoio do partido ao governo do presidente Temer é coerente com os papéis exercidos pelos partidos na correlação de forças, lembrando que o DEM esteve na linha de frente da mobilização pelo impeachment de Dilma Rousseff, que terminou acontecendo. Mas salienta que a postura em relação ao governo Temer não afeta a autonomia do Democratas.
“O partido procura ter uma função utilitária dentro do governo”, comenta Efraim Filho, citando o exemplo da presença do democrata Mendonça Filho no Ministério da Educação do governo Temer. O deputado paraibano tem batalhado junto a Mendonça pela construção do Instituto de Formação Técnica da Paraíba e já levou o ministro à cidade de Santa Luzia, reduto político do grupo, no Vale do Sabugy. “O Instituto está em vias de se concretizar, o que será um benefício dos mais relevantes para a comunidade universitária da Paraíba”, acentua Efraim Filho. Em termos de composições para o pleito de 2018, o DEM paraibano não antecipa prognósticos nem no plano nacional nem no âmbito estadual. Mas, de acordo com os Efraim pai e filho continuará investindo na arregimentação de quadros para o fortalecimento da agremiação com vistas aos embates futuros do calendário.
Nonato Guedes