O governador Ricardo Coutinho (PSB), que esteve em São Paulo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, qualificou como “absurda” a condenação imposta ao líder petista pelo juiz Sergio Moro, salientando que não houve justificativa plausível e que o julgamento teve componente político. O gestor paraibano frisou que o País carece de “paz” e que atitudes como a do juiz Sergio Moro não contribuem para esse clima. Endossou o ponto de vista do próprio Lula de que cabe ao povo decidir se ele pode ou não ser candidato em 2018 e se deve ser eleito novamente para o Palácio do Planalto, que ocupou por dois mandatos.
Ricardo disse que renovou o convite a Lula para voltar à Paraíba em agosto a fim de acompanhar obras da transposição das águas do rio São Francisco no Sertão paraibano. “O presidente Lula foi o grande mentor da transposição, tornando realidade um sonho prometido por outros governos e infelizmente não materializado”, ressalvou o chefe do Executivo. Para Coutinho, apesar da sentença do juiz Sergio Moro, a condenação de Lula poderá ser revista em segunda instância, levado em conta o clamor popular diante da “injustiça que foi perpetrada”. E acrescentou: “Não é alijando líderes do processo de disputa que vamos construir um processo democrático pleno”.
Lula esteve recentemente na Paraíba, em companhia da ex-presidente Dilma Rousseff, testemunhando a chegada das águas da transposição do rio São Francisco em Monteiro, no Cariri paraibano. “A receptividade demonstrada pelo povo ao ex-presidente foi um forte sinal de reconhecimento ao esforço por ele empreendido em cumprir o que outros governantes prometeram e não tiveram coragem para levar adiante”, assinalou o governador paraibano. A respeito do processo eleitoral de 1918 na Paraíba, Ricardo disse que seu esquema só pretende aprofundar as discussões com aliados quando o calendário se afunilar. Observa que os partidos, de um modo geral, estão focados na conjuntura nacional, diante da situação de Lula e do suposto afastamento do presidente Michel Temer com base em denúncia oferecida pelo Ministério Público. Esses fatores, a seu ver, produzem um sentimento de cautela nas agremiações de um modo geral, adiando pré-definições acerca de alianças e de postulações.
Nonato Guedes