O senador Cássio Cunha Lima vai aproveitar o período de recesso parlamentar que se inicia hoje para fazer visitas às suas bases em cidades do interior paraibano. Ele disse em Brasília que quer ter uma radiografia mais nítida das tendências comentadas entre líderes políticos e eleitores para a disputa eleitoral de 2018. Ultimamente, Cássio tem estado muito focado na conjuntura nacional pela sua condição de vice-presidente do Senado e em virtude de acontecimentos que se sucederam como o “imbróglio” envolvendo o senador mineiro Aécio Neves, que foi afastado do mandato por algum tempo pelo Supremo Tribunal Federal, e o governo do presidente Michel Temer, que é alvo de uma denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot por suposta corrupção passiva.
Em relação à situação de Aécio, acusado de receber propina, Cássio deixou claro que cabe ao parlamentar mineiro responder pelas consequências dos seus atos e oferecer uma explicação plausível à opinião pública acerca das denúncias que lhe são imputadas. No que se refere ao governo do presidente Michel Temer, Cunha Lima agitou os meios políticos ao prognosticar, na “Folha de São Paulo”, que o governo Temer duraria, no máximo, 15 dias, sendo inevitável o seu desmoronamento. Embora, depois, tenha tentado dar última forma às suas declarações, Cássio não teve como recuar do prognóstico, mas também não demonstra interesse em fazer do assunto um cavalo de batalha. “Vamos aguardar os acontecimentos”, observa, em tom apaziguador.
Fontes políticas de Brasília consideram improvável no curto prazo uma queda do presidente Michel Temer, justificando que ele tem mantido apoio político no Congresso Nacional, pode ser beneficiado pela retomada vegetativa dos índices de crescimento econômico e, em paralelo, pela ausência de manifestações de rua. Aliados mais próximos do presidente da República opinam que Temer tira proveito, inclusive, da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo juiz Sergio Moro, na medida em que esse tema passou a frequentar o noticiário. O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) reiterou, ontem, que este ainda não é o momento para a frente das oposições discutir nomes de candidatos alternativos ao governo do Estado em 2018. “O que é mais urgente é discutir alternativas para a Paraíba”, desconversa o parlamentar. “É cedo falar em nomes”, concorda o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, ele próprio referido como alternativa dentro do ninho tucano para concorrer ao Palácio da Redenção. Romero é uma das alternativas em pauta, por ter sido reeleito em primeiro turno em Campina Grande e por colocar em prática um projeto administrativo que, segundo ele mesmo, serve como modelo para outras cidades e regiões do Estado.
Nonato Guedes