Ele já surpreendeu pela performance em rede nacional, em 2016, quando contracenou com artistas veteranos no folhetim “Velho Chico”, da TV Globo, que culminou literalmente em tragédia com a morte, por afogamento, do ator Domingos Montagner, protagonista do enredo ao lado de Camila Pitanga. Desde ontem, Lucas Veloso, filho do humorista paraibano Shaolim, que faleceu em Campina Grande após um período de vida vegetativa como sequela de acidente automobilístico, aparece na nova versão de “Os Trapalhões” no Canal Vivo ao lado de Renato Aragão e Dedé Santana. Lucas interpreta “Didico” e falou sobre a nova fase da carreira em entrevista a sites de entretenimento. Extratos do que ele disse foram publicados e estão disponibilizados no UOL.
– Não quero ser o segundo Shaolim. Quero ser o Lucas Veloso – afirma ele, de olho na responsabilidade de contracenar com ídolos que sempre admirou como Renato Aragão. Lucas demonstra ter um interesse natural em evitar comparações com o trabalho de seu pai, a quem evoca com saudade e respeito profundo. Quer passar uma imagem positiva para as pessoas que, segundo diz, “estão de bem com a vida”. Está preparado para as críticas, sim, sobretudo as que vão ecoar em redes sociais. Comenta, a propósito, o fenômeno da proliferação das redes enfatizando: “Todo mundo que fez uma conta em rede social tenta ser uma espécie de juiz dos outros”. De sua parte, assegura que lida da melhor maneira possível com a carga de responsabilidades que a superexposição provoca.
Lucas Veloso, que desenvolveu sua veia humorística no convívio com o pai Shaolim, confessa que ficou extremamente surpreso ao saber que seria chamado para atuar com Os Trapalhões em nova versão. O burburinho, conforme ele, começou a tomar corpo quando Lucas ainda estava ocupado com gravações de capítulos da novela Velho Chico. Em princípio, não levou a sério, até receber um convite da produção. “Após uns três pré-infartos, vim para o Rio. Passei quatro meses gravando e minha preocupação foi a de corresponder à expectativa de pessoas como Renato Aragão”, relata o humorista paraibano. Ele diz que ao contrário do biotipo imaginado externamente sobre Renato, o astro maior de “Os Trapalhões” é um profissional centrado, que faz questão de ensinar sem fazer pose de estrelismo. “Ele age como um paizão”, resume Lucas.
O comediante paraibano conta que ao ser informado de que teria um contato com “Os Trapalhões” ficou tão nervoso que tomou chá de camomila para se acalmar encarar o “confronto”. E prossegue: “Demorei a digerir que iria conhecer Renato Aragão, mas conheci de perto uma figura extraordinária, pé no chão, que repassa conhecimento para quem é da nova geração”. Esta, a seu ver, é uma qualidade inerente ao conjunto de integrantes de “Os Trapalhões”, que ele assistia à distância, em Campina Grande, no Agreste nordestino. Lucas ressalta que se dedicou a uma maratona de ensaios e acredita que está sendo bem-sucedido nas suas incursões pelo humorismo. Sua expectativa é de que o público corresponda ao trabalho da turma a que, afinal, se incorporou, depois de muita expectativa, muito sonho.
Por Nonato Guedes