A deputada estadual Estela Bezerra, do PSB, afirma acreditar que haverá a manutenção da aliança entre o seu partido e o PMDB nas eleições do próximo ano, repetindo-se o que ocorreu no segundo turno das eleições de 2014, quando os peemedebistas, que haviam lançado Vital do Rêgo no primeiro, incorporaram-se à campanha de Ricardo Coutinho à reeleição. As relações esfriaram sem prejuízo do respeito mútuo, conforme Estela, destacando o reconhecimento que o governador Ricardo Coutinho tem tornado público a feitos administrativos de Maranhão. O pleito municipal de 2016, em João Pessoa, no qual o PMDB indicou o então deputado federal Manoel Júnior para compor a chapa encabeçada por Luciano Cartaxo (PSD), que foi reeleito, alimentou os rumores de rompimento entre peemedebistas e socialistas.
Por enquanto, na definição de um interlocutor do senador José Maranhão, as relações estão em “banho-Maria” mas nada impede que volte a haver convergência no palanque. De sua parte, a deputada Estelizabel Bezerra acentua: “O governador Ricardo Coutinhho e o senador José Maranhão, presidente do diretório do PMDB, nunca se furtaram ao diálogo em favor dos interesses da Paraíba. Preservando a coerência, é natural que o PSB busque esse diálogo”. O PMDB tem sido cortejado por dois pré-candidatos à sucessão em 2018 – os prefeitos de João Pessoa, Luciano Cartaxo, e o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, este filiado ao PSDB e alinhado com o senador Cássio Cunha Lima.
Recentemente o senador José Maranhão deixou claro que o PMDB está disposto a fazer composição com quem prestigiar efetivamente o partido, levando em conta o seu potencial no Estado e a forte penetração residual que mantém em João Pessoa, maior colégio eleitoral. Maranhão não aprofundou comentários sobre a fórmula de prestigiamento do PMDB numa chapa majoritária – e seu próprio nome tem sido lembrado como alternativa para concorrer novamente ao Palácio da Redenção. O vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior, alerta que haverá tempo de sobra para articulações mais nítidas em torno do processo eleitoral, lembrando que a própria conjuntura nacional pode vir a ter reflexos nos desdobramentos da realidade política paraibana.
Nonato Guedes