O deputado federal Efraim Filho (PB), líder do Democratas na Câmara, qualificou como “deslealdade” a atitude de emissários políticos do governo do presidente Michel Temer (PMDB), promovendo defecções no DEM com o consequente fortalecimento do PSB para assegurar a permanência dessa legenda na base federal. Textualmente, Efraim observou que a orquestração “beirou a deslealdade” e acentuou que essa não deve ser a moeda corrente na relação entre o governo e partidos que mantêm apoio à governabilidade.
Ele expressou que a bancada do Democratas está hipotecando solidariedade ao governo do presidente Temer num momento delicado que ele enfrenta, referindo-se à denúncia formulada pela Procuradoria Geral da República contra o mandatário e que deverá ser apreciada em plenário no Congresso. De acordo com Efraim, o atual governo precisa ter mais habilidade para conciliar interesses e posições dos partidos que teoricamente compõem a sua base. Salientou que os deputados do DEM estão procurando agir de forma a não contribuir para uma conjuntura de maior instabilidade política no País e, como tal, devem ser respeitados no posicionamento que externam.
– Articulações para fortalecer siglas à custa de esvaziamento de outras, num momento de fragilidade do governo e de superexposição dele a denúncias de repercussão, constituem manobras primárias e equivocadas ou desagregadoras, afetando o interesse que o governo diz cultivar, ou seja, o de garantir a estabilidade institucional como mecanismo para assegurar a própria estabilidade do governo em face dos núcleos de resistência que se formam, explicitamente, em outros partidos, e, principalmente, nos segmentos que se sentiram derrotados com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. É preciso rever esse tipo de estratégia – conclamou o parlamentar paraibano. Efraim concluiu acentuando que o Democratas mantém uma postura de expectativa em relação às reações da sociedade ao atual momento político nacional, para não perder de vista “a voz rouca das ruas, que expressa sentimentos majoritários latentes” em agrupamentos sociais.
Nonato Guedes, com Folha de São Paulo