O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) revelou, ontem, que não tem obsessão por voltar a ocupar o governo do Estado e que tem interesse em contribuir para a unidade das oposições. Atual vice-presidente do Senado e ultimamente cogitado para ser presidente nacional do partido, Cunha Lima, que ocupou o governo por duas vezes, lembrou que as oposições possuem outros nomes que estão colocados para exame e que representam o interesse da população. “Posso ser candidato à reeleição ao Senado, ou até não ser candidato, se isto for conveniente para a estratégia política”, frisou o parlamentar.
Ele deixou claro que, uma vez convocado a enfrentar o desafio de disputar o Palácio da Redenção em 2018 não fugirá de exortações, entretanto, pontuou que não vai impor nenhuma pretensão aos que militam no campo oposicionista contra o esquema do governador Ricardo Coutinho, do PSB. A presidência nacional do PSDB está sendo exercida interinamente por Tasso Jereissati, do Ceará, que deverá ser confirmado em convenção a ocorrer no final de agosto. As declarações de Cunha Lima foram externadas em entrevista à TV Correio, em João Pessoa.
Cássio foi eleito governador em 2002, derrotando Roberto Paulino, e reeleito em 2006, derrotando José Maranhão, ambos do PMDB. Em 2014, ele perdeu a disputa para o atual governador Ricardo Coutinho. O segundo mandato na chefia do Executivo foi interrompido em fevereiro de 2009, com cassação imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral e que Cunha Lima qualificou como um dos maiores erros do Poder Judiciário, alegando não subsistir o argumento de que teria praticado conduta vedada e improbidade administrativa. O mandato foi completado, naquele período, pelo segundo colocado no pleito de 2006, José Maranhão, que tinha como vice Luciano Cartaxo, atual prefeito de João Pessoa.
De acordo com o entendimento de Cássio, mais importante que os nomes cogitados para a disputa ao governo do Estado em 2018 são os “gravíssimos problemas” que o Estado enfrenta, nas áreas da Saúde e da Educação. O desemprego, a seu ver, é uma questão que precisa ser encarada como prioritária pela administração pública. O senador culpa diretamente o governador Ricardo Coutinho pela política de aumento dos impostos que tem incidido no agravamento do desemprego, “em razão dos impactos no setor produtivo e na capacidade de consumo dos paraibanos”. Além de aumentar o ICMS, ITCD, IPVA e outros tributos, o governador ainda criou um imposto para o cidadão pagar imposto, que é a cobrança de três centavos por cada nota fiscal emitida em lojas, supermercados e postos de gasolina – ironizou o senador Cássio. No plano político nacional, ele foi favorável à autorização para prosseguimento das investigações sobre o presidente Michel Temer (PMDB) diante das denúncias formuladas pelo empresário Joesley Batista, da JBS. Cássio frisa que agiu por coerência, dentro da filosofia de que os fatos devem ser apurados e comenta que o esclarecimento das denúncias deve interessar diretamente ao próprio presidente da República.
Nonato Guedes