O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, que seria o principal beneficiário com um eventual impeachment do presidente Michel Temer, denunciado pela Procuradoria Geral da República por suposto recebimento de propina do empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, previu, ontem, em Brasília, que está praticamente assegurado o quorum para votação, no dia dois de agosto, da denúncia. Rodrigo Maia também prognosticou que o presidente Michel Temer (PMDB) deverá sair vitorioso na questão com uma relativa folga de votos, explicando que não identifica nenhuma orquestração para afetar a permanência do peemedebista no Planalto.
A chamada “tropa de choque” do Palácio do Planalto começa a ser mobilizada em Brasília para dar suporte a Michel Temer no andamento do processo de denúncia. O próprio Temer tem se empenhado em telefonemas para deputados de diferentes partidos e bancadas, pedindo apoio ou colaboração com vistas ao arquivamento da denúncia do Procurador Rodrigo Janot, que está concluindo sua passagem pelo cargo, passando a ser substituído em setembro por Raquel Dodge, escolhida por Temer numa lista tríplice. Ontem, em discurso pronunciado na cerimônia de posse do ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, o presidente Michel Temer disse que os desafios não deixam seu governo preocupado, mas “o vitralizam”.
– Vivemos em um país de muito otimismo. Temos dificuldades? Claro que as temos. Mas isso é mais ou menos histórico no nosso país – frisou o presidente, destacando o que chamou de “capacidade extraordinária de recuperação do povo brasileiro” no que diz respeito ao otimismo e à crença nas instituições brasileiras. “Hoje, especialmente, há uma absoluta crença de que o País está se transformando depois de uma longa recessão. Começamos a respirar uma nova economia e novos costumes no país”, enfatizou o mandatário. Durante a solenidade de posse, o presidente da República pediu ao ministro da Cultura que ajude as escolas de samba do Rio de Janeiro. “O carnaval faz parte da cultura e do turismo brasileiro”, justificou Michel Temer. A uma semana da votação da denúncia por crime de corrupção passiva, o presidente Michel Temer intensifica a articulação por votos com uma nova arma. Já fez chegar a alguns líderes aliados o “croqui” da mini-reforma ministerial que deverá sair do papel no início de setembro. O Planalto avalia que a estratégia tem dado certo. Pelo menos trinta deputados que até então se diziam indecisos ou favoráveis ao prosseguimento da ação contra o presidente Michel Temer confirmaram aos líderes que votarão contra a denúncia.
Nonato Guedes, com agências