O presidente do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores, Jackson Macedo, postou em rede social: “Vamos que vamos”, depois de dizer que os ponteiros foram fechados e que está definida a presença do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na Paraíba, nos dias 26 e 27, para contatos com a população, inspeção de obras empalmadas pelo governo do peemedebista Michel Temer e defesa própria diante da condenação a nove anos imputada pelo juiz Sergio Moro. A vinda de Lula à Paraíba novamente já está incluída no roteiro da caravana de ônibus que transportará o ex-presidente e outras lideranças políticas para visitar regiões como o Nordeste, onde a ascendência de Lula junto aos eleitores ainda é considerada expressiva.
Lula esteve na Paraíba em março, participando de um evento denominado “inauguração extra-oficial” do trecho da transposição de águas do rio São Francisco, que passou a beneficiar as populações do cariri paraibano. Na ocasião, Lula se fez acompanhar pela ex-presidente Dilma Rousseff e pelo governador socialista Ricardo Coutinho, que enalteceu o papel decisivo do ex-mandatário para viabilizar o projeto de transposição, qualificado como a redenção do semiárido. Dias antes, o presidente Michel Temer realizou uma cerimônia formal na Paraíba, sem maior repercussãao junto ao público. A inauguração “extra-oficial” passou a ser denominada de “inauguração popular”.
Na semana passada, a ex-presidente Dilma Rousseff veio proferir palestra sobre Gestão Pública no auditório da reitoria da Universidade Federal da Paraíba. Manteve conversa com o governador Ricardo Coutinho (PSB) na Granja Santana. Na véspera da visita de Dilma, uma frente multipartidária promoveu ato público no Centro de João Pessoa, pedindo a convocação de eleições diretas para presidente da República.
O ato público no Centro da Capital paraibana reuniu figuras como a senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores e os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Fátima Bezerra (RN) e João Capiberibe. Os pronunciamentos foram recheados de críticas ao governo Temer, quer pela inoperância que estaria demonstrando, conforme o tom das palavras de oradores, quer pelo projeto de reformas encaminhado ao Congresso Nacional que mexe com as questões previdenciária e fiscal. Gleisi Hoffmann tornou patente, no discurso, a solidariedade irrestrita ao ex-presidente Lula pelas acusações que lhe foram imputadas e conclamou a militância e simpatizantes a reagirem a “um estado de coisas negativas que começou com o impeachment de Dilma Rousseff”.
Já na sua palestra sobre Gestão Pública, coordenada pela Fundação Perseu Abramo, órgão de estudos políticos do Partido dos Trabalhadores, Dilma Rousseff apontou que uma série de golpes vem sendo perpetrada no país desde o seu processo de impeachment, passando pela desmobilização de órgãos sindicais e, finalmente, pela imposição de mudanças que suprimiriam direitos adquiridos pelos trabalhadores. “A sinalização é ddeque esses golpes vão ter continuidade, o que exige uma movimentação da sociedade para que tal não aconteça”, expressou a ex-presidente da República. Dilma denunciou, em paralelo, a exclusão de milhares de famílias que eram beneficiadas por programas sociais instaurados por Lula e teoricamente continuados por ela.
Nonato Guedes