O Centro Administrativo da Assembleia Legislativa da Paraíba será entregue hoje às 16h pelo deputado Gervásio Filho, presidente da Casa. Trata-se de um espaço que abriga diversos setores funcionais, no entorno da Praça dos Três Poderes, mais precisamente no Paraíba Palace Hotel, no Ponto de Cem Réis. Além de proporcionar comodidade e condições de trabalho para deputados e funcionários, facilitando o atendimento ao público, o Centro Administrativo valoriza a história e preserva a memória cultural de João Pessoa. O evento simboliza, também, uma homenagem aos 432 anos da Capital, completados no último dia cinco.
Fruto da obstinação e determinação do presidente Gervásio Filho, o Centro Administrativo denominado de “Gervásio Bonavides Mariz Maia”, numa alusão ao ex-presidente da Casa e pai do atual dirigente, trará economia para a Casa de Epitácio Pessoa e dinamizará o contato com a população. Seis prédios que haviam sido alugados para servir de dependências funcionais da Assembleia serão devolvidos, passando a funcionar um endereço que congrega praticamente todas as atividades administrativas do Legislativo. Ao assumir o cargo, Gervásio deparou-se com uma pendência que preocupava os deputados: a cessão, pelo governo do Estado, de um imóvel na avenida Epitácio Pessoa para alojar a Assembleia. A transferência de sede tinha inconvenientes: além de gerar despesas, afastaria o Poder, fisicamente, do centro da Capital e do foco das decisões já que a Praça abriga ainda o Palácio da Redenção e o Tribunal de Justiça.
Em articulação com o então presidente Adriano Galdino e mediante gestões junto ao governador Ricardo Coutinho, Gervásio Maia equacionou o contencioso de forma satisfatória. O Paraíba Pálace é um prédio histórico da década de 30 e está situado num local extremamente importante, que representa muito para o povo de João Pessoa e da Paraíba, como destacou Gervásio Maia. Ao longo dos anos, o local, originalmente chamado de “Parahyba Palace” foi idealizado pelo então presidente do Estado, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, passou por várias inaugurações (a primeira delas em 1932) e pelo interventor Anthenor Navarro, que a concluiu. O historiador Edivaldo Lira, do Iphaep, afirmou ao “Correio da Paraíba” que a preservação do ambiente é fundamental porque sua construção remonta ao estilo “art noveau”, que matizou o processo de urbanização da Capital.
Ele explica melhor: “No momento em que o hotel estava sendo construído, a Capital estava se adequando às tendências da época, principalmente aos padrões do Rio de Janeiro, São Paulo e até de países europeus”. Wills Leal, também um estudioso das transformações da Capital paraibana, chama a atenção para o fato de que o hotel apresentava o que havia de mais moderno na época, desde elevador e barbearia a restaurante com cardápio internacional. “O hotel se tornou ponto central de reunião dos hóspedes e era frequentado pela elite paraibana, alojando políticos, atletas e artistas do país entre as décadas de 1930 e 1960. Em termos práticos, contribuiu decisivamente para a expansão territorial da cidade, alargando fronteiras na urbe”, ressaltou ele. Gervásio Filho está há seis meses à frente da presidência da Assembleia e celebra o que chama de “avanço essencial” simbolizado pelo Centro Administrativo do Poder Legislativo.
Nonato Guedes