Fontes ligadas ao governador Ricardo Coutinho revelam que ele vem estimulando o lançamento de candidaturas a eleições proporcionais à Assembleia Legislativa e Câmara Federal, dentro da estratégia de fortalecimento dos quadros do PSB, partido que preside, e de partidos considerados aliados. O objetivo é tentar eleger bancadas parlamentares fortes que possam atuar na defesa do chefe do Executivo, sobretudo se este ficar sem mandato após terminar o governo, já que insiste na opinião de que poderá permanecer até o último dia de mandato no cargo, contrariando as especulações de partidários no sentido de que concorra ao Senado.
A tática de dispor de parlamentares de confiança que possam defendê-lo não é uma inovação de Ricardo Coutinho. Quando governador do Estado, Tarcísio Burity tentou esse feito aconselhado por amigos mais próximos que argumentaram a sua necessidade de contar com aliados em tribunas quando ficasse sem instrumentos de poder nas mãos. Burity ainda conseguiu influenciar na eleição de um sobrinho a deputado estadual e de um parente a deputado federal, mas ele mesmo, sem dispor de mandato, tomou a frente da contra-ofensiva diante dos ataques de adversários políticos. Pelas informações veiculadas hoje no “Correio da Paraíba”, Ricardo vem apresentando postulantes a deputados em diferentes regiões.
Ele busca reforçar pretensões de companheiros de partido, mas, também, de militantes ou filiados a outras agremiações. Já estariam definidas as candidaturas de Romualdo Quirino no cariri, Kezzyio Lacers Brasileiro no Vale do Piancó, Aledson Moura em Princesa Isabel, Expedito Pereira na Grande João Pessoa, Antônio Mineral na região do Seridó e parte do cariri e sabugy e Polyaana Dutra na região de Pombal. Afora esses nomes, há as chamadas candidaturas “in pectoris” do governador Ricardo Coutinho, como as de Ricardo Barbosa, Estelizabel Bezerra, Adriano Galdino, Hervázio Bezerra à reeleeição para a Assembleia Legislativa, ou do próprio Gervásio Maia, presidente da Assembleia Legislativa, que é simultaneamente lembrado para a Câmara Federal ou para postular a reeleição. O “pacote” deverá envolver, ainda, o deputado Jeová Campos, do PT e até mesmo deputados tucanos e peemedebistas que têm aproximação com o governador.
Os adversários insistem em que o maior desafio do governante é o de conseguir influenciar na eleição do secretário de Infraestrutura, João Azevedo, ao governo do Estado. Recém-lançado como balão de ensaio, o também titular da Pasta de Recursos Hídricos voltou a participar ostensivamente de cerimônias oficiais, dentro da tática para ganhar visibilidade junto a eleitores. No entanto, as suas chances concretas são tidas como remotas por analistas políticos. Ontem, na inauguração do Centro Administrativo da Assembleia Legislativa, Azevedo se viu frente à frente com o que deverá ser o principal adversário na maratona eleitoral de 2018 ao Palácio da Redenção – o prefeito reeleito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, do PSD. O governador Ricardo Coutinho, embora detenha bons índices de aprovação pessoal e administrativo, não conseguiu transferir votos suficientes para eleger as candidatas a prefeita da Capital Estelizabel Bezerra e Aparecida Ramos, nas campanhas de 2012 e 2016. Ambas não avançaram, sequer, para o segundo turno.