O senador José Maranhão, presidente do diretório regional do PMDB da Paraíba, definiu como “drástica demais” a punição imposta pela Executiva nacional do partido ao deputado federal Veneziano Vital por ter votado a favor da denúncia contra o presidente Michel Temer, acusado de corrupção passiva pela Procuradoria Geral da República. Veneziano e parlamentares de outros Estados, como Jarbas Vasconcelos, de Pernambuco, foram suspensos de atividades partidárias por 60 dias. “Se eu tivesse participado da reunião, teria votado contra a medida”, pontuou Maranhão, observando que uma advertência seria mais do que suficiente.
O senador paraibano lembrou que o PMDB é um partido com fortes tradições democráticas externas e internas e que o rigor da punição aplicada contradiz essa imagem. Maranhão não participou da reunião que deliberou pela suspensão dos chamados “infiéis” do partido e avisou que se estivesse presente teria votado contra a pena de suspensão. Veneziano confirmou, ontem, em João Pessoa, ter sido notificado oficialmente pela Executiva Nacional do PMDB de que durante esse período não pode exercer atividades administrativas nem representar a agremiação em comissões temáticas da Câmara Federal.
Em princípio, o deputado e ex-prefeito de Campina Grande não cogita desfiliar-se do PMDB mas ele não descarta migração para outra legenda por considerar que tem sido desprestigiado na legenda. Vários partidos formularam convites a Veneziano para filiação, a exemplo do Democratas, do PTB e do “Podemos”. O governador Ricardo Coutinho, principal dirigente do PSB, mesmo ressalvando ter cuidado em opinar sobre o rumo a ser seguido por qualquer líder político, lamentou a punição contra Veneziano e abriu as portas do agrupamento socialista para o ingresso dele. “Ele (Veneziano) tem história e tradição política e será bem vindo se optar por integrar os quadros do PSB”, comentou.
O ex-senador Wilson Santiago, presidente estadual do PTB, também colocou a legenda à disposição de Veneziano Vital caso ele queira migrar de partido. O governador Ricardo Coutinho ressaltou que se considera parceiro do deputado Veneziano Vital. “Ele sabe que pode contar comigo”, adiantou. Antes da aplicação da punição a Veneziano surgiram comentários de uma possível migração sua para o Partido Socialista diante da falta de maior espaço no PMDB. Após a punição solidarizaram-se com Veneziano o senador Raimundo Lira e o deputado estadual Raniery Paulino, enquanto o vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior, que já foi deputado federal, concordou com a suspensão por alegada infidelidade.
Nonato Guedes