Embora a senadora Gleisi Hoffmann, primeira mulher a assumir a presidência nacional do Partido dos Trabalhadores, afirme que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o Plano A, B e C do PT para as eleições de 2018, começa a ser agitado o nome do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, como alternativa à corrida presidencial. Líderes petistas temem que a Justiça seja envolvida por manobras de partidos adversários para manter a inelegibilidade de Lula no pleito vindouro, diante da condenação à prisão que lhe foi imposta pelo juiz Sergio Moro.
O próprio ex-presidente Lula está deflagrando uma caravana por Estados do país, que privilegiará o Nordeste no roteiro, dentro da estratégia de se manter em foco para a disputa de 2018. Numa entrevista que concedeu à revista “Caros Amigos”, Gleisi Hoffmann disse que se Lula não puder ser candidato, é por pura perseguição política e acrescentou: “É assim que nós vamos entender qualquer sentença que venha a condenar Lula. Não tem provas. Ele não pode ser condenado com base em delação”. A senadora pelo Paraná insiste em ecoar a teoria conspiratória dos petistas de que foi urdido um golpe para desestabilizar a ex-presidente Dilma Rousseff e salienta que no cenário de uma política viciada na história brasileira o ex-presidente Lula foi um oásis no processo histórico.
Comentando outros pretensos postulantes a presidente da República, Gleisi Hoffmann qualificou o deputado Jair Bolsonaro, agora no PEN, como uma tragédia. Admite que eleitoralmente ele tem uma tendência a crescer. “Bolsonaro é resultado da política efetiva do PSDB, que perdeu espaço e deu espaço para ele, com aquela pauta conservadora. E ele assusta na medida em que a gente vê que tem uma parcela da sociedade que se identifica com isso. Então, exige de nós uma disputa muito maior, de valores na sociedade, de ideias, para mostrar o quanto essas ideias defendidas pelo Bolsonaro são prejudiciais à vida, à democracia, como já aconteceu em outros lugares do mundo”. Lamenta que Bolsonaro não tenha um projeto para o Brasil. “Apenas esperneia, fala sobre temas de valores, mas não tem um projeto sobre distribuição de renda, sobre infraestrutura, sobre criação de empregos”, ressalta.
Gleisi Hoffmann acha que a trajetória da ex-ministra Marina Silva tem que ser respeitada. “Ela tem uma trajetória, tem história, principalmente na militância ambiental. O problema é que Marina não tem um projeto para o Brasil. O que ela pensa sobre o desenvolvimento econômico? O que pensa Marina Silva sobre o posicionamento do Brasil no mundo? Qual é a visão dela sobre o sistema financeiro? Aliás, a última visão que ela externou na campanha foi desastrosa ao defender a autonomia do Banco Central e o mercado financeiro. Então, assim, eu acho que ela não assusta por isso, porque, por mais que possa ter propostas que dialoguem com setores importantes da sociedade pela sua trajetória, a população olha para um candidato e quer saber qual é o projeto de País que ele tem, o que vai melhorar na vida se esse candidato entrar lá, como ele vai fazer para gerar empregos e distribuir renda, A Marina não consegue responder a isso”.
Nonato Guedes, com agências