Não será surpresa para correligionários e adversários políticos se o senador José Maranhão, presidente do diretório regional do PMDB na Paraíba, figurar novamente como candidato a governador em 2018. Ele é “tríplice coroado” na passagem pelo Executivo estadual: assumiu a titularidade do governo em 1995 com a morte de Antônio Mariz, de quem era vice. Em 1998, foi bafejado com a aprovação da reeleição para cargos executivos, uma medida feita sob medida para favorecer o então presidente Fernando Henrique Cardoso e que teve efeito colateral para outros ocupantes de cargos executivos. Em 2006, enfrentando Cássio Cunha Lima, Maranhão foi derrotado, mas coube-lhe completar o mandato, a partir de fevereiro de 2009, diante da cassação imputada a Cunha Lima pelo TSE, na época acatando argumentos de conduta vedada e improbidade administrativa agitados por adversários. Em 2010, Maranhão desdenhou da sorte e foi, novamente, para a reeleição. Desta feita, foi atropelado por Ricardo Coutinho, liderança emergente no cenário do Estado.
Com mandato ainda extenso no papel de senador da República, Maranhão contempla a perspectiva de voltar a tentar conquistar o Palácio da Redenção em 2018. Ele é tido como uma “esfinge” pela dificuldade que aliados e adversários possuem de decifrar suas intenções e os passos que irá dar. Age de forma pragmática e assim é que não assume compromisso antecipado com uma virtual candidatura do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD) como intérprete das oposições ao governador Ricardo Coutinho (PSB). Em tese, o apoio de Maranhão a Cartaxo seria natural e estratégico pela possibilidade que o PMDB tem de assumir o comando da prefeitura da Capital, na pessoa do vice-prefeito Manoel Júnior, que pode ascender em caso de vitória de Cartaxo ao governo estadual. A dados de hoje, Maranhão está “desalinhado” do governador Ricardo Coutinho. Mas tem repetido uma expressão que soa como senha para correligionários: “na política, como no amor, não raro se processa a união dos contrários”. É uma convivência que, como lembra JM, é da essência da própria democracia.
Interlocutores do senador alertam que ele vai valorizar ao máximo a importância do PMDB como força política no contexto das composições que forem firmadas para 2018. A jornalistas, Maranhão tem dito que o PMDB terá candidato próprio e que está à disposição para a disputa. Por outro lado, entende que a conjuntura política paraibana atual favorece conversações pelo fato de não existirem definições sobre candidaturas em nenhum partido ou bloco. “Há apenas intenções e aspirações”, minimiza ele. O ex-governador acompanha atentamente o desenrolar das mudanças que poderão acontecer no cenário político a partir da votação da reforma que tende a ser acelerada até outubro, impreterivelmente. “Se o cavalo passar selado, novamente, ele monta”, resume uma fonte da sua inteira confiança.
Por Nonato Guedes