O senador José Maranhão, presidente do diretório estadual do PMDB na Paraíba, defendeu a permanência do deputado federal e ex-prefeito de Campina Grande Veneziano Vital do Rêgo na agremiação, garantindo prestígio ao político que ele considera como “um quadro valoroso”. A manifestação de Maranhão se deu após declarações do senador Álvaro Dias, do “Podemos-Paraná”, a uma emissora de rádio da Capital paraibana, enfatizando que Veneziano será bem recebido na legenda caso tenha interesse em nela ingressar.
O deputado paraibano está ressabiado com a cúpula nacional do PMDB que lhe impôs suspensão por 30 dias de atividades administrativas-partidárias como represália pelo fato dele ter votado, em plenário, na Câmara, pela autorização da abertura de processo contra o presidente Michel Temer sob a alegação de envolvimento em corrupção passiva. Veneziano deixou claro que sua posição favorável à autorização da abertura do processo contra Temer foi tomada com base nos princípios democráticos que o PMDB apregoa, não significando um julgamento de mérito a respeito do assunto. Para Veneziano, a medida se torna imperiosa, até, para a versão do presidente da República e sua defesa perante as acusações formuladas.
Não é a primeira vez que Maranhão se manifesta contestando a decisão tomada pela Executiva nacional do PMDB e que ele considerou rigorosa, argumentando que Veneziano tem um currículo de serviços prestados ao partido e praticou a fidelidade partidária em inúmeras questões de ordem fechadas por deliberação da Executiva. Da mesma forma o senador Raimundo Lira lamentou o rigor da punição aplicada a Veneziano e sugeriu que a cúpula nacional peemedebista tivesse uma postura condescendente em respeito à trajetória do deputado e ex-prefeito de Campina Grande. Veneziano tem recebido convites de líderes de expressão de diferentes partidos para migrar dos quadros do PMDB.
Aliados do parlamentar campinense observam que a punição aplicada a ele no episódio da abertura de processo contra o presidente Temer, que foi negada pela maioria do plenário da Câmara, ainda que por margem apertada, foi a gota d’agua de uma série de atitudes de desprestígio que o parlamentar contabiliza dentro da agremiação peemedebista. Essas fontes lembram que no âmbito local Veneziano não teve apoio decisivo para enfrentar batalhas como a campanha para se eleger governador, tendo aberto mão dessa pretensão em 2014, sendo substituído no páreo pelo irmão, o ex-senador Vital do Rêgo, atual ministro do Tribunal de Contas da União, que não logrou ir para o segundo turno, travado entre o atual governador Ricardo Coutinho, do PSB, e o senador Cássio Cunha Lima, do PSDB. Naquela disputa, durante o segundo turno, Veneziano formou ao lado do senador José Maranhão e de outros líderes peemedebistas pela composição em torno do governador Ricardo Coutinho, que acabou sendo reeleito. O PSB ricardista, aliás, formulou convite ao ex-prefeito de Campina Grande para ingressar nas suas fileiras caso deixe os quadros do PMDB. Pelo que revelou o senador Álvaro Dias, Veneziano conversou com a deputada Renata Abreu, presidente nacional do “Podemos” e foi convidado a se filiar. “O partido está de portas abertas e obviamente ele (Veneziano) será bem recebido. Nós vamos organizar o “Podemos” e o concurso do deputado paraibano seria fundamental para essa estratégia de expansão e fortalecimento”, acrescentou Dias.
Nonato Guedes