O senador José Targino Maranhão, que completará 84 anos de idade na próxima quarta-feira, desafia o tempo e os prognósticos pessimistas e mantém-se em boa cotação para concorrer ao governo da Paraíba, que ele exerceu por três vezes, em circunstâncias diferentes. Na primeira ocasião em que ascendeu ao Palácio da Redenção, em 95, Maranhão era vice de Antônio Mariz, que faleceu no exercício do cargo. Em 98, depois de brigar com os Cunha Lima pelo controle do PMDB e sair vitorioso, Maranhão disputou o governo contra um adversário sem maior expressão eleitoral – o ex-deputado Gilvan Freire, e proporcionalmente obteve a maior vitória das que foram computadas no país. 98 assinalou a vigência da reeleição para cargos executivos, beneficiando, no plano federal, o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que foi acusado pelos adversários de ter “comprado” votos no Congresso para aprovar a emenda da recondução.
Em fevereiro de 2009, José Maranhão foi convocado pela Justiça Eleitoral a assumir o Palácio da Redenção na condição de segundo colocado na disputa de 2006 e em virtude da cassação do mandato do governador Cássio Cunha Lima pela Justiça Eleitoral sob alegação de improbidade administrativa e conduta vedada. Cunha Lima protestou ter sido vítima do maior erro judiciário da história do país, mas não conseguiu reverter a decisão que o afastou. O vice de Maranhão foi Luciano Cartaxo, que na época era deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores e que deseja ter o apoio de JM em 2018 para concorrer ao governo estadual. Atualmente, Cartaxo é filiado ao PSD e comanda pela segunda vez consecutiva a prefeitura de João Pessoa, tendo sido reeleito em primeiro turno na campanha de 2016.
Ex-deputado estadual e ex-deputado federal, José Maranhão exerce mandato de senador pela segunda vez. Na edição de hoje do “Correio da Paraíba”, o colunista Edinho Magalhães, baseado em Brasília, revela diálogo de Maranhão com jornalistas quando foi instado a confirmar se teria se colocado à disposição do PMDB para disputar o governo no próximo ano. “Não procurei ninguém para dizer isso. Apenas me procuraram perguntando isso”, floreou Maranhão, arrancando risos numa roda de políticos e repórteres, segundo o colunista. O atual governador Ricardo Coutinho, do PSB, que já lançou a pré-candidatura do secretário de Infraestrutura, João Azevedo, ao governo, tem feito elogios à atuação política-administrativa de Maranhão sem que isto sinalize, ainda, compromisso de apoio a uma virtual candidatura em 2018. Entre alguns analistas políticos, a impressão dominante é a de que, se não for candidato ao governo, Maranhão terá papel decisivo no processo eleitoral do próximo ano, dependendo do rumo que imprimir ao PMDB no referido pleito. Atuaria, nesse caso, como um fiel da balança na disputa.
Nonato Guedes