Líderes nacionais do Partido dos Trabalhadores resolveram agir com pragmatismo e passaram a examinar alternativas que possam substituir ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida presidencial, levando em conta a hipótese dele ficar inelegível para a disputa. Lula foi condenado em primeira instância a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro e recorreu à segunda instância, no TRF de Porto Alegre, reagindo a acusações de recebimento de propina. A cúpula petista decidiu examinar o chamado “Plano B” para a disputa de 2018 depois de denúncias do ex-ministro Antonio Palocci incriminando Lula. A expectativa é de que até abril haja uma definição sobre candidatura ou não de Lula.
Entre os nomes que estão sob exame na cúpula do PT figuram os do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad e do ex-ministro Jacques Vagner. Lula mantém uma quota residual de preferência nas intenções de voto, especialmente no Nordeste, que acaba de percorrer dentro da chamada caravana que idealizou a pretexto de se inteirar da realidade da região após o impeachment de Dilma Rousseff e ao mesmo tempo testar a receptividade popular ao governo de Michel Temer. O ex-presidente não escondeu seu desapontamento com as reveelações de Palocci que o incriminaram. Palocci insinuou que Lula pretendia utilizar os recursos do pré-sal no financiamento da campanha de Dilma à presidência da República.
De acordo com o depoimento de Palocci ao juiz Sérgio Moro, em meados de 2010 ele foi chamado para uma reunião na biblioteca do Palácio da Alvorada, presente José Sergio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras e a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que já era apontada como pré-candidata a presidente da República. Nessa ocasião, Lula teria dito que o pré-sal significava o passaporte do Brasil para o futuro, que daria aos petistas combustível para um projeto político de longo prazo. “Ele (o pré-sal) vai pagar as contas nacionais, vai ser o grande financiador das contas nacionais e dos grandes projetos do Brasil. E nós queremos que uma parcela desses projetos financie a campanha da companheira Dilma Rousseff, que eu quero ver eleita presidente do Brasil”, teria afirmado o ex-presidente Lula.
Nonato Guedes, com agências